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 | 15/12/2009 08h55min

Produção de energia eólica dobrará no Rio Grande do Sul

Leilão deve garantir parques de geração em Osório, Palmares do Sul e Santana do Livramento

O Rio Grande do Sul vai dobrar a capacidade de gerar energia a partir dos ventos, agregando 186 megawatts (MW) aos atuais 150 MW.

As cidades de Osório, Palmares do Sul e Santana do Livramento devem receber investimentos estimados em R$ 1,6 bilhão até 2012 – resultado do leilão de energia eólica realizado ontem em São Paulo.

– Mais do que dobramos o que o Estado tem hoje, é um resultado razoável. Isso pode estimular mais a indústria de base – comentou o secretário de Infraestrutura, Daniel Andrade, que negocia a implantação no Estado de fabricantes de componentes para o segmento.

Presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, que participa em Copenhague da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, comemorou:

– O resultado mostra que a diferença de preço entre as fontes eólica e térmica vem se aproximando e hoje é pequena.

A retração dos demais projetos gaúchos – eram 67 ao total –, assim como de outros Estados, ocorreu devido à queda vertiginosa dos preços de venda, a partir de um preço máximo considerado já muito baixo.

Projeto em Livramento terá R$ 400 milhões da Eletrosul

Apesar da tensão que marcou as quase oito horas do leilão, que aumentava à medida que o preço ofertado caía, o resultado ficou dentro do esperado pelo mercado, que era uma contratação entre 1 mil MW e 2 mil MW. Mesmo o número reduzido de empreendedores que conquistaram contratos no Estado representa um considerável avanço na capacidade instalada e consolida o Rio Grande do Sul como polo de geração eólica.

– Esse resultado melhora a possibilidade de ter um cluster eólico (conjunto de fabricantes de equipamentos) no Estado, mas ainda vai depender do detalhamento dos projetos – avaliou Andrade.

Conforme o secretário, a CEEE Geração tem um acordo com a Elecnor/Enerfín para participação de até 27% nos projetos de Osório e de Palmares do Sul. O percentual exato será definido depois da análise de viabilidade do empreendimento que será feita pelo BNDES, provável financiador.

Ronaldo Custódio, diretor técnico da Eletrosul, afirmou que a estatal deve investir R$ 400 milhões em Livramento. As obras, segundo Custódio, começam assim que o projeto obtiver a licença de instalação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), o que deve ocorrer no segundo semestre do próximo ano. O empreendimento já tem licença prévia, condição para participar do leilão. O projeto gaúcho da Eletrosul foi o que teve menor preço no leilão.

– Para nós, dá rentabilidade adequada. É um preço de quem trabalhou com um projeto bem estruturado, com máquinas compradas e obra civil contratada – resumiu Custódio.

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