| 12/12/2009 12h40min
Com muitos alertas em relação ao futuro do planeta Terra começou nesta quinta , dia 10, em Brasília a 1ª Conferência Nacional de Saúde Ambiental (CNSA). Dezenas de delegados saudaram o encontro formando rodas e cantando, de mãos dadas, a músicas-temas do encontro.
Representantes de quase todas as unidades da Federação saudaram o público e se apresentaram, em clima de cordialidade. A secretária de Articulação Institucional do MMA, Samyra Crespo, representou o Ministério do Meio Ambiente na abertura do evento.
O cientista social e educador popular, Ivo Poletto abriu as apresentações contando à Plenária da 1ª CNSA sua experiência com movimentos sociais de todo o país. Segundo ele, é preciso compreender que não somos os únicos seres vivos que existem no planeta.
— É preciso que superemos a visão antropocêntrica das ciências sociais. Por termos organizado todos os meios de consumo com base em nossos interesses, colocamos em risco a saúde da Terra — disse.
Para o educador popular, o homem precisa estabelecer o diálogo e a complementaridade com a Terra, "também um ser vivo". Foi nesse tom de preocupação que o sociólogo dissociou a saúde nos distintos biomas brasileiros.
— É muito diferente pensar a saúde na Amazônia ou pensar no pampa. Ou ainda pensar a saúde no Cerrado e na Caatinga. Se queremos propor uma política que integre ambiente e saúde, precisamos pensar as condições dessa relação em cada bioma — recomendou.
A segunda palestrante do dia usou palavras simples para emocionar. A quebradeira de coco Raimunda Gomes da Silva encampa, há duas décadas, uma luta em prol das mulheres da região do Bico do Papagaio, no estado do Tocantins, e em defesa do cerrado e da atividade econômica envolvendo o babaçu.
— A gente luta em defesa da vida, pelo babaçu e pelo cerrado, que tem nossas plantas medicinais e nossas águas — disse, após se desculpar por não ter diploma.
Depois de pedir a todos para se conscientizarem da necessidade de se lutar por um Brasil melhor, a quebradeira de coco, indicada ao Prêmio Nobel da Paz, fez uma advertência.
— Nós vamos morrer juntos. Nós mesmos estamos nos matando. Nossos tataranetos vão ver papagaio apenas pintado na parede — afirmou.
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