| 08/12/2009 19h12min
As exportações brasileiras de etanol podem dobrar a partir de 2011. É o que espera a União da Indústria de cana-de-açúcar (Unica). Os dirigentes da Unica esperam que as discussões sobre o clima sejam decisivas para a abertura de mercado ao etanol brasileiro. O assunto foi discutido nesta terça, dia 8, em encontro na entidade.
O setor sucroalcooleiro deve ser um dos maiores beneficiados com os acordos climáticos mundiais. O Programa de Etanol Brasileiro, lançado inicialmente para substituir o petróleo, hoje é visto como uma das principais formas de amenizar os efeitos do aquecimento global. Para a Unica, as discussões mundiais sobre o clima, como a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que ocorre em Copenhague, devem definir o futuro do setor.
Apesar do otimismo em relação ao etanol, o presidente da entidade, Marcos Jank, acredita que o resultado da COP 15 não deve ter um efeito imediato.
Os representantes da Unica também fizeram uma avaliação geral da safra de cana em 2009. O excesso de chuva na região Centro-Sul no segundo semestre comprometeu o resultado das usinas. As indústrias perderam 18 dias de moagem entre junho e novembro, deixando de moer nesse período 50 milhões de toneladas de cana. De acordo com o diretor-técnica da Única, isso significa quase R$ 3 bilhões a menos para o setor.
Os números atualizados da colheita vão ser divulgados na próxima semana, mas a Unica já revisou a estimativa de produção, feita em setembro. De acordo com a entidade, vão ser moídas 538 milhões de toneladas de cana. Antes a previsão era moer 529 milhões. Só que mesmo produzindo mais, a quantidade de açúcar por tonelada de cana vai ser 7% inferior que a da última safra. Para 2010, a projeção é que, pelo menos, 20% das usinas do país, cerca de 60 unidades, já comecem a produzir entre janeiro e fevereiro. No ano passado, menos de 20 usinas estavam moendo neste período.
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