Com a mudança na legislação, torna-se obrigatório o uso de aeradores nos silos e armazéns. Estes equipamentos já existem no mercado há bastante tempo, mas a normatização o uso da tecnologia vai agregar mais qualidade nos grãos armazenados.

Segundo José Boaventura da Rosa Franco, consultor técnico da Emater-RS, muitos ainda têm a falsa impressão de que quando se faz aeração o grão perde peso, e isso é atribuído à perda de matéria seca.

— Até determinados limites, a umidade é tolerada no grão, pois ele necessita de um pouco de umidade para não desnaturar o próprio grão. A proteína e os componentes desse grão têm água na constituição, que vai ficar no produto. Mas a água livre temos que tirar fora, essa só serve de meio para o desenvolvimento de microorganismos que nós não queremos na massa de grãos, que podem causar algum tipo de deterioração e é exatamente para prevenir isso que se faz a secagem — explica.

Para a comercialização dos grãos se estabeleceu para fins comerciais a umidade em soja de 14%, em milho 14,5% e em trigo 13%, mas esses índices nem sempre são possíveis. Segundo Franco essa questão depende do tempo que o produto será armazenado, se a soja for armazenada por até seis meses ela não pode estar a 14%, pois estes oxigênios e hidrogênios que excedentes vão oxidar e acidificar a soja e gerar uma desvalorização comercial, então ela tem que estar com níveis de umidade bem mais baixos para ser conservada por períodos mais prolongados.

Conforme a explicação de Ricardo Ramos Martins, da Emater-RS regional de Estrela, com mais baixas temperaturas se acaba com os organismos associados, como fungos, insetos e aí que se mantém a qualidade do grão.

— Na hora que baixamos a temperatura do grão, você baixa a umidade, por exemplo, no milho fizemos o experimento de colocar ele em 7,5 graus, assim o grão pode ficar armazenado por uns cinco anos, sem perda de qualidade. O importante é saber os equipamentos para cada tipo de silo, pois são utensílios de alta qualidade — disse Martins.

O produtor que faz o resfriamento transforma o grão em um produto muito mais durável.

— Os americanos têm muita sorte, eles terminam de colher o milho e começa a nevar, eles praticamente guardam o milho dentro do freezer, pois os silos ficam numa região gelada e assim eles podem utilizar ventiladores bem pequenos pois há tem tempo para fazer ventilação. Com a vantagem de um custo menor, o que justifica que certos equipamentos utilizados pelos americanos no Brasil não têm utilidade — disse Franco.