| 03/12/2009 15h02min
O governo do Amazonas pretende intensificar o combate ao desmatamento no estado, durante os próximos dois meses, com ajuda de equipes que, desde setembro, compõem a força-tarefa de inteligência criada para contenção dos crimes ambientais. Ainda nesta quinta, dia 3, dirigentes da secretaria de governo, da secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), prefeitos dos 21 municípios que mais registram focos de incêndios em áreas de floresta, além de representantes das mais de 20 instituições que formam a força-tarefa, vão se reunir em Manaus para acertar os detalhes da ação.
– Esse plano já está sendo realizado, mas a partir de agora será intensificado com focos principais que são o controle, a fiscalização e a ação educativa – esclareceu a secretária de meio ambiente, Nádia Ferreira.
O plano vai contemplar a realização de treinamentos para as brigadas de incêndio e o apoio logístico e de infraestrutura aos municípios mais afetados pelo desmatamento. A decisão é impulsionada pela necessidade de bloquear os problemas que Manaus e 12 municípios amazonenses, entre eles, Autazes, Iranduba, Manacapuru, Novo Airão, Itacoatiara, Careiro da Várzea e Presidente Figueiredo, vêm registrando nos últimos meses como consequência dos incêndios florestais.
Desde a segunda quinzena de julho, a região registra altas temperaturas e ausência de chuvas. Nesse cenário, as queimadas ganharam grandes proporções e provocam, há meses, a formação de névoa seca, sobretudo no céu da capital amazonense. A fumaça e seu cheiro são evidentes praticamente todos os dias, especialmente nas primeiras horas da manhã. A população reclama da situação e de doenças como problemas alérgicos e respiratórios. Uma das principais preocupações da força-tarefa é que as condições climáticas não favorecem a dispersão da fumaça das queimadas que fica concentrada em cima das cidades.
– Os culpados serão penalizados com multas, mas queremos atacar a causa das queimadas e impedir que elas aconteçam porque o fogo destrói um patrimônio que não tem como ser recuperado, mesmo com o reflorestamento– acrescentou.
Ainda segundo a secretária Nádia Ferreira, os focos de queimadas estão concentrados em pequenas estradas e nas proximidades com as rodovias. Ela ressalta que o fogo é feito por pessoas com intenções distintas e variadas. A queimada proposital é crime e prevê pena de três anos de reclusão e multa.
– Tem o fogo do agricultor, do pecuarista e de ramais sendo abertos para que madeira ilegal seja transportada. Mas tem também a falta de incremento em ciência e tecnologia para melhorar a atividade pecuária no estado – avaliou.
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