| 24/11/2009 11h22min
O Brasil tem metas ambiciosas para a reunião sobre mudanças climáticas que será realizada em dezembro, mas que podem ser alcançadas na avaliação da economista chefe do Banco Mundial e co-autora do Relatório Desenvolvimento e Mudanças Climáticas, Marianne Fay.
– São bastante viáveis e ambiciosas e podem ter consequências bastante positivas para a economia brasileira – afirmou.
O Brasil vai levar para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas, em Copenhague, uma proposta de reduzir as emissões de gases do efeito estufa no intervalo de 36,1% a 38,9%, até 2020.
Ela disse ainda que as mudanças climáticas vão trazer impacto para as economias, principalmente dos países em desenvolvimento, cujas economias dependem dos seus ecossistemas e de capital natural para a produção.
– A estimativa é de que na África e no sul asiático a renda anual per capita vai baixar entre 4% e 5%. O que é estimado para o Brasil também, que é um país bastante vulnerável porque grande parte da sua economia depende do meio ambiente e da agricultura, que são setores muito vulneráveis a mudanças climáticas – explicou.
O coordenador de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Banco Mundial, Mark Lundell, disse que para o Brasil alcançar a meta de redução de emissões de gases de efeito estufa serão necessários bilhões de dólares.
– A estimativa de demanda para implementar as metas ambiciosas do Brasil é de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões por ano. Em termos de fontes sempre vai haver participação do setor privado, principalmente em termos de novas tecnologias. Do lado das finanças, também vai haver bancos como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial (Bird) – afirmou ele.
Em relação aos aspectos mundiais, a co-autora do relatório, Marianne Fay, disse que a principal mensagem do estudo é que tanto países ricos como pobres devem se unir para que haja uma efetiva redução dos efeitos do aquecimento global.
– A mensagem principal é que temos que atuar juntos e diferentemente. Não temos tempo a perder. Temos que começar imediatamente com metas ambiciosas e isso deve partir dos países ricos – afirmou.
Ela disse ainda que serão necessários entre US$ 140 bilhões e US$ 175 bilhões ao ano para investimentos em ações de mitigação.
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