| 20/11/2009 15h06min
O mercado brasileiro de arroz encerrou a terceira semana do mês de novembro com a saca de 50 quilos de arroz em casca cotada a R$ 26,45 na média do Rio Grande do Sul, ante R$ 27,00 na semana anterior. A queda é de 4,2% em relação ao mesmo período do mês anterior. Comparado a igual momento do ano passado (R$ 32,67), o recuo é de 19%.
— A retração expressiva em relação aos preços praticados em novembro de 2008 deve-se, basicamente, ao comportamento cambial — destaca o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento.
A crise financeira deflagrada em setembro de 2008 fez com que a moeda brasileira perdesse valor frente ao dólar. Com isso, o recuo das cotações internacionais não foi sentido no Brasil. Por isso, em dólares o preço atual (US$ 15.34/saca) supera o de novembro/08 (US$ 15.34/saca) em 12%.
Segundo Bento, a queda na comparação ao mesmo período do mês anterior se deve à pressão pela paridade de importação e de vendas pontuais no âmbito interno.
— A combinação destes dois fatores continua derrubando os valores do arroz no Brasil — lembra.
Com os parceiros do Mercosul mais agressivos na ponta vendedora para escoar os excedentes, existe reporte de importação de arroz beneficiado do Uruguai por até US$ 480,00 a tonelada. Para competir, os engenhos recorrem ao país vizinho onde adquirem o grão em casca por volta de R$ 26,00 a saca.
— Isto é possível graças ao comportamento cambial, com o padrão monetário brasileiro apreciado em relação ao dólar — frisa Bento.
Além disso, algumas cooperativas do interior gaúcho entraram no mercado liquidando, devido à necessidade de abertura de espaço nos armazéns. Na outra ponta, a indústria, por sua vez, se mantém na defensiva.
— Este é o cenário que traz o tom baixista e leva muitos produtores a intensificar as vendas, realimentando a tendência — explica.
A atual fraqueza das cotações no mercado doméstico vai contra aos números de oferta e demanda.
— O bom desempenho das exportações exige uma maior presença compradora no mercado internacional para equilibrar o abastecimento interno — ressalta o analista.
Por enquanto, a oferta no Mercosul tem atendido à procura sem dificuldades.
Porém, com o mercado internacional mais firme, as cotações em dólar nas principais origens de abastecimento externo para o Brasil podem subir, compensando pelo menos em parte a apreciação cambial.
— Isto pode abrir espaço para cotações mais interessantes para venda na entressafra. Também é preciso ficar atento ao desenvolvimento das lavouras da safra nova nos países do Mercosul, que podem sofrer com as intempéries climáticas — prevê Élcio Bento.
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