| 17/11/2009 19h04min
O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, nega irregularidades e critica pesquisa da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sobre assentamentos de agricultura familiar. Ele participou nesta terça, dia 17, de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, onde foi convidado a esclarecer uma série de denúncias contra o instituto.
O presidente do Incra rebateu todas as críticas. Quanto aos gastos com diárias dos servidores, ele afirmou que a reforma agrária é feita no interior e não nas capitais, o que justificaria a despesa de mais de R$ 50 milhões realizada neste ano.
— Nós temos uma demonstração de todos os gastos de diárias com o Incra. Não há excesso. As diárias são baixas — disse Hackbart.
Mas nem todos os deputados concordam com essa versão.
— Se você tem um enorme volume de gastos dessa natureza, cada vez mais, você sinaliza pra uma ineficiência na finalidade da reforma agrária, que é dar sustentabilidade e dar a oportunidade desses agricultores poderem se auto gerir — defendeu Duarte Nogueira (PSDB-SP).
De acordo com a ONG Contas Abertas, nos últimos seis anos, entidades ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra receberam R$ 160 milhões do governo federal. A suspeita é que o MST estaria utilizando os recursos para promover invasões de terra.
— Todos os convênios são auditados, estão dentro da lei. Onde estiver erro estamos corrigindo — declarou Hackbart.
O Presidente do Incra também não poupou a pesquisa encomenda pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. O levantamento indicou que 72% dos assentamentos agrários são ineficientes.
— A amostra está mal feita. Escolheram nove assentamentos entre 3,3 mil e o próprio Ibope disse: olhe mandaram essa amostra. Então, a amostra está viciada — avaliou o dirigente.
— O Brasil já distribuiu uma Europa inteira em termos de terra. As pessoas não conseguem tirar o mínimo para sobrevivência e é evidente que esse modelo tem que ser revisto — concluiu o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
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