| 17/11/2009 17h14min
A partir de 9 de dezembro, o Pará dará um salto tecnológico que permitirá o monitoramento, em tempo real, online, da comercialização à sanidade do rebanho bovino e bubalino do Pará, o quinto maior do país, com mais de 18,5 milhões de animais.
Isso será possível com a implantação da Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica, que servirá de modelo para toda a região. A revolução na pecuária do Estado terá impactos profundos sobre o meio ambiente, a qualidade dos produtos e a expansão do mercado consumidor.
— Nós estamos criando um ambiente saudável para um novo modelo de desenvolvimento, que tem que ser inclusivo, com sustentabilidade ambiental, segurança para todos e paz no campo — disse a governadora Ana Júlia, ao lembrar que os desafios do seu governo são tão grandes quanto à extensão territorial do Estado.
O primeiro impacto, mas não o maior, será sobre a arrecadação do Estado. Atualmente, com a GTA manual (um formulário em quatro vias) essa arrecadação gira em torno de R$ 12 milhões por ano, mas estima-se que o governo deixe de arrecadar, anualmente, outros R$ 6 milhões.
A taxa financia a Agência de Defesa Agropecuária (AdePará) e o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Pará (Fundepec). Com mais dinheiro em caixa, ambos poderão ampliar seus serviços.
O monitoramento via satélite representará uma barreira quase instransponível ao comércio de rebanhos produzidos em fazendas que desmatam florestas nativas, para a ampliação de pastagens. Ou, ainda, que utilizam trabalho escravo, ou o trabalho de crianças, que deveriam estar numa sala de aula.
O sistema inclui chips, imagens de satélites e internet. No mesmo momento em que é digitada no computador, a GTA eletrônica já está disponível, para consulta, em qualquer ponto do país. O cruzamento de dados permite controlar em tempo real a veracidade das informações.
— A emissão da GTA manual não é demorada, mas favorece desvios. Às vezes, por exemplo, alguém pode informar que um animal vai para um determinado local e isso não acontece. E pode acontecer, também, de alguém tirar uma "GTA calçada": quer dizer, vender 100 animais, mas tirar nota fiscal da venda de apenas 10. Já houve até demissão de técnicos por causa disso — explica Aliomar Arapiraca, presidente da Adepará.
Recadastramento
Para implantar a nova GTA foi preciso recadastrar e georreferenciar todas as fazendas paraenses com rebanhos bovinos e bubalinos. Pelos dados atuais, elas seriam 111 mil. Porém, com o recadastramento e o tratamento das informações digitais, a previsão é que chegue a 120 mil. Nessa primeira fase, que já está em vias de conclusão, foi preciso, também, "plotar pontos de GPS", ou seja, as coordenadas geográficas de cada uma dessas propriedades, o que é fundamental para a rastreabilidade da movimentação do rebanho paraense.
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