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 | 13/11/2009 18h49min

Especialistas alertam para os riscos do crescimento econômico em 2010

Henrique Meirelles fez um alerta quanto ao futuro da economia do país

Atualizada às 20h36min Mariane De Luca | São Paulo

Especialistas alertaram nesta sexta, dia 13, para os riscos ao crescimento da economia brasileira em 2010. Apesar de acreditarem em um ano com indicadores positivos, representantes do setor financeiro, indústria e agronegócio dizem que o governo precisa agir com mais ênfase para reduzir os juros e conter a queda do dólar. As projeções foram feitas na 8º Seminário de Economia, promovido pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), em São Paulo.

O seminário começou com tom otimista. Era consenso entre os palestrantes de que 2010 vai ser um ano de crescimento para o Brasil. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que esteve na abertura do evento, relembrou as medidas tomadas pelo governo brasileiro durante a crise. Ele disse que, graças à ação rápida, o Brasil pode ser considerado um caso de sucesso para lidar com turbulências. Mas, ao falar do futuro da economia do país, Meirelles fez um alerta.

– Os problemas sempre aparecem na expansão, mas só se revelam na retração. Por isso é importante continuar a construir esse sistema sólido e estar preparado.

Para os palestrantes, o que está garantindo o crescimento da economia brasileira é o crédito, que tem crescido em média 23% ao ano nos últimos oito anos. A Febraban prevê que no ano que vem, o crescimento chegue a 20%.

O grande desafio do Brasil, segundo os especialistas, será manter esse crescimento por um longo prazo. Para representantes da indústria e do agronegócio, para que isso ocorra, vai ser fundamental que o governo reveja duas questões: a taxa de juros e o câmbio.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, lembrou que apesar de estar se recuperando, o PIB do setor industrial vai fechar com queda de 4% este ano. Para Monteiro, o governo tem tarefas importantes para 2010 e a principal é rever a política cambial.

O câmbio também é a grande preocupação da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA). Para a presidente da entidade, senadora Kátia Abreu, para reverter a valorização do real, o governo precisa conter os gastos públicos.

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