| 12/11/2009 20h45min
O governo da Argentina decidiu, nesta quinta-feira, afrouxar as restrições aplicadas às importações de móveis brasileiros. A decisão representa um recuo do governo, depois que o Brasil manifestou a intenção de levar o conflito à Organização Mundial do Comércio (OMC) e ao Tribunal Arbitral do Mercosul.
- Publicamos hoje no Diário Oficial a decisão de acabar com a exigência de visto consular para a importação de móveis de madeira e peças de móveis do Brasil -, anunciou a ministra de Indústria e Turismo, Débora Giorgi, durante entrevista coletiva.
A medida obrigava o exportador brasileiro a se deslocar até o consulado da Argentina, que fica na Capital gaúcha, para obter o visto consular, o que implicava em tempo e custos adicionais.
O visto consular foi uma manobra da Argentina para restringir a entrada dos móveis em seu mercado, apesar do acordo fechado com os empresários brasileiros, que concordaram em reduzir suas vendas ao país vizinho em 35%.
O acordo foi fechado em junho
passado, em Buenos Aires, ocasião em que a Abimóveis concordou em limitar suas vendas à Argentina, mas a Argentina descumpriu a promessa feita ao Brasil e não reduziu a burocracia para as importações dos móveis. As licenças para a entrada dos produtos em seu mercado demoram até quase quatro meses.
O anúncio foi feito junto ao chanceler Jorge Taiana, que defendeu as barreiras argentinas no comércio bilateral. Indagado sobre a expectativa dele para a reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner no próximo dia 18, em Brasília, Taiana deu claros sinais de que a Argentina não vai ceder nas restrições comerciais.
- Nós sempre levamos em conta as necessidades do nosso setor produtivo e qualquer avanço (nas negociações com o Brasil) será nesse sentido -, disse Taiana.
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