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 | 11/11/2009 15h36min

Produção de alimentação animal tem queda de 1,6% até setembro

Ritmo de crescimento dos últimos anos foi negativamente influenciado pela crise financeira

A indústria de alimentação animal no Brasil registrou queda de 1,6% em sua produção nos primeiros nove meses em relação ao mesmo período do ano passado. Dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) mostram que o ritmo de crescimento dos últimos anos foi negativamente influenciado pela crise financeira global no primeiro semestre, o que fez com que a produção total recuasse para 43,3 milhões de toneladas nos primeiros nove meses de 2009.

Apesar de registrar queda em quase todos os segmentos, a estimativa do Sindirações é que a produção de rações termine o ano com produção estável, em torno de 58 milhões de toneladas, mais aproximadamente dois milhões de toneladas de sal mineral.

Houve redução mais acentuada na produção de pré-misturas do que na produção de ração, o que comprova a queda no uso de tecnologia, compensada pelo aumento no consumo de grãos. Os preços competitivos do milho fizeram com que os produtores comprassem mais grãos, compensando parte dos nutrientes supridos pelos aditivos.

– A queda no uso de tecnologia, porém, pode comprometer a produtividade futura – afirma o diretor executivo do Sindirações, Ariovaldo Zanni.

Avicultura de corte

A avicultura de corte, que demanda quase 50% da produção nacional de ração, consumiu 20,4 milhões de toneladas nos primeiros nove meses do ano, quantidade semelhante ao mesmo período de 2008. A queda das exportações, seguida de maior disponibilidade no mercado doméstico, tem determinado preços mais baixos para o frango vivo. O menor alojamento de pintos e matrizes, apurado desde agosto, pode demandar menos ração e conseqüentemente menor mobilização de tecnologia nutricional no último trimestre.

Avicultura de postura

Com crescimento de 1,4% no consumo em relação ao mesmo período de 2008, a demanda por ração na avicultura de postura respondeu ao comportamento de estabilidade no alojamento de pintainhas e preços competitivos dos ovos no primeiro semestre. O resultado foi um aumento no consumo de ração - foram consumidas 3,5 milhões de toneladas.

Bovinocultura de corte

Com queda de 7,1% no consumo de ração durante os primeiros nove meses, a bovinocultura de corte dificilmente alcançará a quantidade demandada no ano passado. Neste ano, o descompasso na relação do valor da arroba do boi e o preço do bezerro, além de outros fatores de ordem conjuntural, forçaram produtores a tardar o confinamento, deixando o boi a pasto. O resultado foi uma retração no consumo para gado de corte. No total, foram produzidas quase dois milhões de toneladas de ração de janeiro a setembro.

Bovinocultura de leite

A produção de ração para a bovinocultura leiteira teve queda de 10%, a mais acentuada em todos os setores analisados pelo Sindirações, totalizando aproximadamente 3,5 milhões de toneladas. A acentuada diminuição da captação, as importações oriundas da Argentina e Uruguai e o comprometimento da produção afetaram negativamente o uso da tecnologia nutricional.

Suinocultura

A suinocultura, também impactada pela crise financeira global, reduziu o consumo de ração e emprego de tecnologia. O resultado foi uma produção 1,2% menor nos três primeiros trimestres deste ano, ou seja, pouco mais de 11,2 milhões de toneladas. Os preços internacionais da carne suína alcançados no ano passado desabaram por conta da crise financeira global. A quantidade embarcada para o mercado internacional chegou a aproximadamente 450 mil toneladas nos primeiros nove meses do ano.

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