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 | 06/11/2009 19h17min

Indústrias de laticínios devem retomar as exportações em 2010

Projeções foram feitas nesta sexta em um workshop que ocorreu durante a Feileite, em São Paulo

Atualizada em 06/11/2009 às 20h41min Mariane De Luca | São Paulo (SP)

As indústrias de laticínios brasileiras devem retomar as exportações no segundo semestre de 2010. Este ano, a queda dos preços internacionais e o dólar baixo comprometeram o resultado do setor no mercado externo.

Pela primeira vez em cinco anos, a balança comercial no setor de lácteos vai registrar déficit. As projeções foram feitas nesta sexta, dia 6, em um workshop que ocorreu durante a Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite (Feileite), em São Paulo. O evento termina neste sábado, dia 7.

Para não perder espaço no mercado externo, a indústria de laticínios Tirolez optou por manter as exportações ao longo deste ano, mesmo sem nenhuma margem de lucro.

Enquanto isso, a Itambé, maior exportadora de lácteos do Brasil em 2008, viu as vendas externas caírem 75% em 2009. A saída, segundo o presidente da empresa, Jacques Gontijo, foi focar os negócios no mercado interno.

Até 2004, o Brasil era um grande importador de lácteos. E o governo resolveu intervir. Tomou medidas para proteger o mercado interno e o setor investiu para ampliar a produção. A partir daí, o país se tornou não só auto-suficiente, como também exportador de lácteos. No ano passado, a balança comercial do setor chegou a ter superávit de US$ 320 milhões. Entretanto, com a crise financeira o cenário positivo mudou.

A indústria brasileira de lácteos já vem enfrentando dificuldades desde o início do ano. Nesta época, o preço do leite em pó no mercado internacional caiu de US$ 5 mil para US$ 2 mil a tonelada, o que tornou mais barato para as indústrias trazerem o produto de fora, o que fez com que as importações disparassem.

De acordo com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entre janeiro e setembro deste ano as exportações de lácteos do país caíram mais de 47% em volume enquanto as importações cresceram 82%.

As indústrias lembram que o dólar em baixa agravou a situação. A tendência de ampliar as compras externas deve ser seguida pela Tirolez, fabricante de queijos. O diretor executivo da empresa, Cícero Hegg, afirma que, em breve, a empresa deve começar a importar. A mesma medida não foi e não deve ser tomada pela Itambé.

A boa notícia é que em 2010 a situação deve melhorar. Os analistas do setor dizem que como a crise desestimulou diversos países produtores de leite, a produção deve cair, o que deve levar a um aumento dos preços internacionais.

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