| 06/11/2009 13h45min
O diretor-executivo da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Sergio Beltrão, defendeu nesta sexta, dia 6, o início da implementação gradual da mistura de 20% de biodiesel ao diesel (B20) nos grandes centros do país até 2015. Segundo ele, o setor já teria a capacidade de suprir a nova oferta a partir de 2010, com acréscimo de 2,5 bilhões de litros de biodiesel.
— O aumento da mistura para 20% nas cidades que mais sofrem com problemas de poluição ajudará o governo na política de redução do nível de enxofre do diesel comercializado — disse Beltrão, ao se referir às metas impostas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
Para ele, a obrigatoriedade do B20 deve valer o diesel a comercializado no raio de 100 quilômetros da zona central das capitais.
De acordo com o diretor a da Ubrabio, o seguimento produzirá cerca de 2,4 bilhões de litros do combustível o para garantir o abastecimento do mercado a partir do próximo ano, quando haverá o início da obrigatoriedade da mistura de 5% de biodiesel ao diesel (B5).
— Já temos a capacidade produzir cinco bilhões de litros, mas a metade da nossa capacidade está ociosa por falta de demanda — afirmou em encontro com a imprensa na manhã desta sexta.
Outro representante da Ubrabio, João Batista Cardoso, afirmou que o setor tem a expectativa de que o B10 (mistura de 10% de biodiesel ao diesel) seja adotado até 2015 em todo o Brasil, com o aumento 1% de biodiesel a cada ano na mistura do diesel. Ele ressaltou que tanto a implantação do B10 em todo o país quanto do B20 nas capitais requer do governo mudanças no marco regulatório do setor.
Cardoso considera que o grande entrave para o desenvolvimento da indústria do biodiesel é a elevada carga de impostos que recai sobre a cadeia produtiva.
— O país não perde em termos de qualidade e nem capacidade de produção. Nossa deficiência está na questão tributária — disse.
Segundo Cardoso, oito novas usinas entrarão em operação a partir do próximo ano. Para ele, a indústria de biodiesel terá condições de iniciar exportações nos próximos anos e competir diretamente com os produtores argentinos, que contam com incentivos fiscais do governo.
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