| 05/11/2009 17h39min
Para tentar controlar o bicudo - praga que ataca os algodoeiros no Brasil há 26 anos - e diminuir os gastos dos produtores com pulverizações, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) vai elaborar, dentro do Programa de Combate ao Bicudo do Algodoeiro, propostas que definam as responsabilidades de todos envolvidos com a produçao, desde o conicultor até o governo e o Congresso Nacional.
— O programa tem o objetivo de baixar o nível da população do bicudo para que seja uma praga secundária, com o gasto bem reduzido. A gente imagina que os custos de hoje do produtor no combate, na média de US$ 120 a US$ 140 por hectare ao ano, cairiam para cerca de US$ 20 a US$ 30 em até cinco anos — afirmou o presidente da Abrapa, Haroldo Rodrigues da Cunha, durante entrevista coletiva no 1º Workshop do Programa Abrapa de Combate ao Bicudo do Algodoeiro.
Segundo ele, além da economia de US$ 100 dólares no custo de produção, também estaria controlado o risco econômico da praga, que nos casos mais graves chegou a causar perda de até 60% na produtividade de algumas propriedades algodoeiras no país. Cunha explicou que o objetivo do setor é iniciar ações articuladas no país e criar regras para o combate à praga.
— É preciso ter na lei a garantia de que isso passe a ser não mais um programa voluntário, mas que o produtor tenha suas obrigações e haja sanções, caso não se cumpra as medidas previstas no programa — avaliou Cunha.
Um cálculo feito para o controle do bicudo em alguns países afetados na América do Sul, incluindo o Brasil, foi estimado em US$ 700 milhões. Aproximadamente um terço disso seria o total necessário a ser gasto no país por produtores, que seriam responsáveis pelo pagamento da maior parte dos custos, instituições privadas e governos federal e estaduais.
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