A tendência de fusões e aquisições no Brasil deve atingir também o setor de bens de capital. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), nos próximos 10 anos, pelo menos cinco grandes grupos devem ser criados no país, tornando a indústria brasileira de máquinas mais competitiva, inclusive no mercado internacional. O assunto foi tema de um evento que reuniu, nesta quarta, dia 28, empresários do setor na sede da associação em São Paulo.

A tendência de consolidação empresarial no Brasil começou no final da década de 90 com as privatizações. Este ano chegou com mais força no agronegócio brasileiro. Grandes grupos mundiais de alimentos e energia foram criados. O anúncio mais recente foi o da aquisição da Santelisa Vale pela multinacional francesa Louis Dreyfus. Agora, chegou a vez da indústria de máquinas e equipamentos, que, de acordo com a Abimaq, já está preparada para este processo.

O processo de fusões e aquisições não é só uma tendência no setor de máquinas e equipamentos. Segundo a Abimaq, é também uma forma de sobrevivência de diversos segmentos dessa indústria. Por causa da crise financeira global, no acumulado do ano até setembro, a queda no faturamento da indústria de máquinas e equipamentos chegou a 21%, se comparado com o mesmo período de 2008.

No caso da indústria de máquinas agrícolas, a redução no faturamento neste mesmo período chegou a 38,6%. Mas a Abimaq está otimista. Acredita que o pior já passou e que a partir da metade do ano que vem o setor pode voltar aos patamares anteriores à crise. E, neste cenário de recuperação, a união das empresas, por meio de fusões, pode ser fundamental.