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 | 28/10/2009 17h39min

Diretores da Brasil Ecodiesel se reúnem com investidores em São Paulo

Após passar por dificuldades financeiras, empresa voltou a registrar lucro este ano

Atualizada em 28/10/2009 às 20h46min Renata Maron | São Paulo (SP)

A antecipação da mistura de 5% de biodiesel ao óleo diesel comum animou as indústrias do setor. Os diretores da segunda maior empresa produtora do biocombustível, Brasil Ecodiesel, se reuniram nesta quarta, dia 28, em São Paulo com investidores na sede da Associação de Analistas e Profissionais do Mercado de Capitais (Apimec).

A usina da empresa no Piauí foi uma das primeiras a apostar no biodiesel. O projeto era cultivar mamona com a participação da agricultura familiar e, com isso, receber isenção de impostos do governo federal. Porém, o resultado não foi satisfatório, e com isso, veio um período de dificuldades financeiras.

Entretanto, no terceiro trimestre deste ano, a Brasil Ecodiesel teve o maior lucro líquido da sua história: R$ 5,25 milhões. Com isso, saiu do prejuízo que havia registrado no mesmo período de 2008, de R$ 29,26 milhões.

Mesmo assim, a empresa ainda utiliza apenas 60% da capacidade de produção. Das seis usinas do grupo, duas estão paradas.

A previsão é voltar a crescer, principalmente com a antecipação do aumento no percentual de biodiesel que é misturado ao óleo comum. O B5, que tem 5% de biodiesel na composição passa a ser obrigatório já a partir de janeiro do ano que vem e não mais em 2013.

Com a medida, a indústria aposta que a demanda aumente em pelo menos 25%. A expectativa é otimista para o próximo leilão de biodiesel que a Agência Nacional do Petróleo promove no dia dezessete de novembro.

— A nossa expectativa é que a gente consiga melhorar a ocupação das 4 usinas que estão funcionando e vender senão toda a capacidade, mas parte das usinas que estão paradas — disse o diretor de Relações com Investidores da Brasil Ecodiesel, Charles Mann de Toledo.

A tecnologia para produzir biodiesel já é conhecida. Atualmente, o maior desafio para as indústrias, segundo a companhia, é diminuir a dependência da soja, que é de 80%. Isto porque a commodity tem muita variação de preço. O objetivo é encontrar outra matéria-prima adequada. Nesse sentido o dendê e o pinhão manso têm as pesquisas mais avançadas.

— Estamos buscando exatamente a médio e longo prazo uma cesta de matérias-prima. As oleaginosas que pudessem reduzir essa dependência da soja — acrescentou o presidente da empresa, Mauro Cerchiari.

O setor também negocia com o governo uma autorização para o uso do B20, a mistura de 20% de biodiesel ao combustível comum, mas somente para abastecer os ônibus urbanos.

— Nós acreditamos que isso vai ser um grande passo e que o governo vai poder aumentar ainda mais o uso de biocombustível — completou o diretor financeiro da companhia, Eduardo de Come.

Para garantir este crescimento nos próximos anos, a empresa busca o apoio dos investidores. O economista Osvaldo Dalla Colleta investe em ações de seis companhias, nenhuma do agronegócio, mas disse que agora está disposto a comprar papeis da empresa. Ele acredita no crescimento do biodiesel.

— Com este cenário promissor de progresso e de melhoria de resultados, eu como investidor tenho também um retorno do meu investimento — concluiu o investidor.

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