Atualizada às 21h17min Renata Maron | São Paulo (SP)

A Assembleia Geral de Credores do frigorífico Independência foi adiada para o dia 5 de novembro. A companhia prometeu apresentar novo plano na próxima quinta, dia 22. Até lá, seguem as negociações com os pecuaristas, trabalhadores e bancos.

Foi a terceira tentativa e os pecuaristas vieram unidos para a reunião nesta segunda, dia 19. Na camiseta, um apelo: receber 100% do crédito e com pagamento a vista. O clima era de expectativa.

Desta vez, houve avanços pelo menos para os pecuaristas. A empresa apresentou um plano de pagamento aos produtores. Propôs pagar R$ 100 mil à vista e o restante em 36 parcelas. Além disso, agora admite pagar também a correção monetária.

O frigorífico também estabeleceu a data limite de 31 de janeiro para o início do pagamento e excluiu do plano algumas cláusulas com as quais os pecuaristas não concordavam. A assembleia foi suspensa, mas a empresa estabeleceu um cronograma de reuniões em separado como cada tipo de credor. Já nesta segunda, se reuniu com os pecuaristas a portas fechadas.

Os produtores pediram a inclusão de quatro novas propostas no plano: correção monetária pela taxa Selic e não pelo IPCA; antecipação dos pagamentos na hipótese de venda da empresa; saldo restante pago em 24 parcelas e não em 36; e aumento do valor à vista para mais de R$ 100 mil.

Por enquanto, a empresa não quis se pronunciar oficialmente sobre o relatório final do plano que vai ser divulgado nesta quinta e votado no próximo dia 5. Entretanto, o advogado do Independência, Luiz Fernando Paiva, informou que há possibilidades de atender algumas propostas dos pecuaristas feitas na reunião. Sobre a falta de garantia de pagamento, a empresa afirmou que já está em negociação com cinco bancos para obter financiamento e liquidar a dívida.

O representante da Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, Ricardo Laughton, que representa 61 pecuaristas, disse que as negociações avançaram.

— Houve avanços consideráveis. Os gestores do Independência nos sinalizam uma proposta melhor, talvez inclusive dentro de um prazo menor e a grande luta nossa nos dando garantia de pagamento — afirmou.

Porém, para o advogado Armando Candia, que representa boa parte dos pecuaristas de Mato Grosso, o encontro teve poucos avanços. Segundo ele, a empresa ainda não dá total garantia de pagamento.

— A gente quer garantia de pagamento. A gente pode até chegar no dia 31 desde que haja garantia, segurança no pagamento e isso infelizmente não houve ainda por parte da empresa — concluiu Candia.

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