| 19/10/2009 19h31min
A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) desqualificou a pesquisa encomendada pela CNA ao Ibope, que foi divulgada na semana passada. Para a entidade, o estudo não retrata a realidade dos assentamentos rurais da Reforma Agrária. Os pesquisadores do Ibope entrevistaram mil famílias que vivem em nove assentamentos rurais do país e constataram que 40% deles possuíam renda individual inferior a um quarto de salário mínimo.
— Uma pesquisa que foi produzida para desqualificar a reforma agrária para os interesses que estão sendo pautados, por incrível que pareça a pesquisa é publicada logo em seguida que os dados do censo do IBGE são publicados, que trazem potencial da agricultura familiar — disse o secretário de Política Agrária da entidade, William Clementino.
A Contag, no entanto, reconhece que existem problemas nos assentamentos, que muitas vezes não conseguem produzir por falta de crédito e de assistência técnica. Porém, a entidade afirma ainda que a pesquisa da CNA também foi encomendada com o pretexto de impulsionar a criação da CPMI que pretende investigar o repasse de dinheiro público ao MST.
— Porque não faz uma CPI não para investigar somente os movimentos do campo, mas os outros recursos para as ONGs, outras ONGs relacionadas aos parlamentares, inclusive, que estão propondo a CPI. Uma outra coisa: de onde saíram os recursos para realizar essa pesquisa que saiu em menos de 30 dias? — acrescentou Clementino.
A senadora Kátia Abreu, presidente da CNA, afirmou que a Contag tem o direito de não concordar com o resultado da pesquisa, mas não quis comentar o teor das críticas. Por meio da assessoria de comunicação, o Ibope informou que o objetivo era pesquisar as condições de vida em assentamentos consolidados em nove Estados, o que foi feito com base em processos estatísticos reconhecidos e auditados.
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