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 | 17/10/2009 18h10min

Ovinocultores reduzem mortalidade de animais em Ribeirão Preto

Grupo atua em pequenas áreas ociosas de produtores de cana de açúcar no interior de São Paulo

Apenas três meses depois de formado, o Grupo de Ovinocultura da Região de Ribeirão Preto (SP) e a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Coopercana) já têm o que comemorar. A mortalidade entre os animais criados pelo grupo caiu e o índice de procriação aumentou.

Os criadores já pensam em aumentar seus rebanhos. O Grupo de Ovinocultura é uma iniciativa do Sebrae-SP.

— Antes eu pensava em aumentar o número de matrizes, mas desistia porque me sentia frágil. Agora, com o acompanhamento técnico, já penso em aumentar e os outros criadores do grupo também — afirma a produtora Márcia Mariani Saquy.

O grupo vai promover no dia 20 de novembro um jantar de degustação de ovinos - carne nobre e apreciada em restaurantes e churrascarias - no clube da Coopercana na cidade paulista de Sertãozinho.

Flaviane Tavanti Castilho, analista do Sebrae-SP em Ribeirão Preto, comenta que o grupo foi criado por uma demanda da própria região. Os produtores de cana-de-açúcar possuíam pequenos espaços ociosos em suas propriedades e os ovinos se enquadram bem a eles. Assim, vários produtores começaram a criação.

— Percebendo esse movimento, a Coopercana convidou o Sebrae-SP para criar um grupo de criadores e apoiá-los, pois muitos já estavam desanimados pelo alto nível de mortalidade — explica.

Segundo a produtora Márcia Mariani, há falta de produtos e de profissionais na área de pecuária na região. Porém, com o assessoramento do Sebrae-SP e da Coopercana, os criadores começam a ficar mais motivados e estão planejando o aumento do número de matrizes, diz ela.

Por meio do assessoramento, os produtores passaram a criar cordeiros até os 18 quilos para, em seguida, encaminhá-los para o centro de confinamento em Sertãozinho, construído pela Coopercana, que fica responsável pela engorda e encaminhamento aos frigoríficos. Com isso, o grupo tem um poder maior de negociação.

— Os cordeiros são animais frágeis e pequenos, e um único criador produz poucas quantidades para os frigoríficos se interessarem em buscá-los para o abate. Em comparação, 10 bois equivalem a cerca de 100 cordeiros. Como grupo, temos condições de ser mais atrativos — comemora a criadora.

Atualmente, o grupo de ovinocultores é constituído por 22 criadores, que se dividem em quatro subgrupos (Marketing, Tecnologia, Parcerias e Comercialização). No total eles possuem duas mil matrizes de criação. Como parte do assessoramento técnico, além da visita mensal, periodicamente as propriedades recebem a visita do Cordeirinho, uma unidade de apoio do Sebrae-SP, equipado com a melhor tecnologia do mercado, para facilitar a análise dos animais.

— Essa visita é muito importante, pois na época de procriação, a seleção era feita na sorte, pois não sabíamos quais fêmeas estavam grávidas; o ultra-som ajuda a selecionar os animais fecundados, e, assim, os que não pegaram cria voltam para monta — salienta Márcia.

Os produtores recebem uma vez por mês a visita de um veterinário do Instituto BioSistêmico (IBS), parceiro do Sebrae-SP, para avaliar a criação.

— Os ovinos são animais sensíveis, que precisam de uma atenção a mais, e essa visita regular que nós fazemos, diminui o índice de mortalidade — finaliza o veterinário do IBS, Mário De Luca Neto.

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