| 14/10/2009 22h02min
As articulações comerciais e institucionais iniciadas em 2006 para Santa Catarina exportar terneiros para a Itália atingiram resultado positivo: uma missão de empresários italianos em visita à Exposição-Feira Agropecuária, Industrial e Comercial (Efapi 2009) anunciou nesta quarta, dia 14, em Chapecó, o fechamento de acordo comercial para a compra de três mil a cinco mil animais vivos por ano.
Acompanhados do prefeito João Rodrigues e do coordenador geral da Efapi, Américo do Nascimento Júnior, os empresários Fúlvio Fortunati, presidente da União dos Importadores e Exportadores de Carne do sul da Itália (Uniceb), Carlo Siciliani e Saverio Siciliani, de Bari, e Gianluigi Sgarbi, de Monte Carlo, confirmaram o fechamento de acordo para a compra de terneiros. O primeiro embarque está previsto para o início de 2010, através do porto de Imbituba, no litoral catarinense. O montante em divisas que a venda gerará não foi revelado, pois dependerá da situação cambial e do mercado de carnes no primeiro bimestre de 2010.
A operação envolverá os criadores, o Ministério da Agricultura e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina, explicou o presidente da Cidasc, Edson Veran, que acompanhou a comitiva. Os produtores rurais construirão em Imbituba um centro de condicionamento e quarentenário de animais. A Cidasc acompanhará o carregamento dos animais nos estabelecimentos rurais, o transporte e o alojamento no quarentenário. O Ministério da Agricultura emitirá as guias de exportação.
Serão investidos R$ 1,8 milhão na construção do centro de condicionamento, ocupando uma área de 33 hectares.Os recursos serão financiados pelo BNDES. Os terneiros serão alojados com peso entre 100 e 120 kg e permanecerão por 30 a 60 dias para serem embarcados em navios rumo à Europa. Na Itália, passarão por período de engorda e serão abatidos com peso entre 400 e 450 kg.
Os terneiros serão fornecidos por um grupo de 360 a 400 criadores das regiões do planalto e do oeste catarinense já selecionados pela Cidasc. Serão aceitos apenas animais de corte de raças européias criados em excelentes condições de sanidade para atender aos requisitos do exigente mercado europeu. O consumidor italiano prefere carnes magras e rejeita altos teores de gordura das raças não-européias.
— Essa será a primeira venda, mas outras operações comerciais se seguirão — prevê o presidente da Cidasc.
A importação de carne brasileira pela Itália não depende das conclusões da missão técnica da Comunidade Européia que se encontra no Brasil para conhecer os sistemas de produção das cadeias de carnes de bovinos e de suínos – e que também estará na Efapi no domingo.
O prefeito João Rodrigues destacou que as vendas de terneiro para a Itália beneficiarão diretamente criadores do oeste catarinense, expositores da Efapi, ampliando a renda das famílias rurais. O coordenador da comissão de agropecuária da Efapi, Ricardo Lunardi, festejou:
— Santa Catarina começa finalmente a colher frutos da conquista de área livre de aftosa sem vacinação — disse Lunardi.
O empresário italiano Fúlvio Fortunati também está analisando a compra de terneiros de raças leiteiras européias para produção de vitelo, opção que também interessa muito aos criadores catarinenses.
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