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 | 09/10/2009 18h58min

Analistas dizem que governo pode resolver problema do dólar

Em um comparativo com outras moedas, a brasileira foi a mais valorizada nos últimos meses

Atualizada às 20h23min Sebastião Garcia | São Paulo (SP)

Os produtores de algodão do Brasil estão plantando menos. A queda na produção do ano passado para cá chega a 25%. Este ano, pelo levantamento do setor, vão ser produzidas no máximo 1,6 milhão de toneladas.

Para a próxima safra a cultura vai perder em área também, já que 60 mil hectares de algodão deixarão de ser plantados. O motivo é o câmbio.

— O câmbio é um dos componentes. O patamar de preços em dólar do algodão também é outro componente, e os custos de produção. É toda uma equação pra chegar e o câmbio é um fator importantíssimo nesta equação — disse Antônio Esteve, presidente de trading.

Experiente no mercado, Antonio, diz também que a diferença do câmbio compromete a competitividade do Brasil. Em um comparativo com outras moedas, a brasileira foi a mais valorizada nos últimos meses.

— O índice do dólar no mundo de março para cá tem desvalorizado em mais ou menos 15% em relação a outras moedas. Neste intervalo, o real tem valorizado 30%. Então estamos 15% em termos relativos perdendo competitividade com outros países — acrescentou Esteve.

Para o consumidor da cidade o câmbio desta maneira pode ser favorável para a compra de importados e para programar uma viagem, por exemplo. Entretanto, para a produção agrícola no campo certamente o impacto é negativo.

Especialistas calculam que se o dólar continuar caindo o governo vai precisar injetar no próximo ano só na produção de soja R$ 7 bilhões para equilibrar o mercado ou compensar as perdas do produtor.

— O grande fator da desvalorização do dólar é o fluxo cambial. A gente tem recebido muito dinheiro de investimento em bolsa, investimento em juros e também investimento de capital, em empresas trazendo dinheiro pra montar negócio aqui — explicou o gerente de câmbio Mário Batistel.

De janeiro até agora, segundo o analista, o dólar acumulou perdas de quase 33,82%. No primeiro dia de janeiro, a moeda valia R$ 2,33. Agora, ela está na faixa de R$ 1,74 e vai cair mais.

— Enquanto o Brasil continuar exportando mais e importando pouca tecnologia ou pouco maquinário, a gente vai continuar gerando saldo positivo e isso vai continuar impactando na taxa cambial. E vai continuar caindo. A única coisa que tem pra ajudar a segurar isso é o Banco Central entrando no mercado, fazendo estes leilões diários e tentando tirar o excesso de dólar que tem no mercado pra, pelo menos, segurar um pouco esta taxa — completou Batistel.

Para o agronegócio, especificamente, há uma outra ajuda também que poderia vir do governo.

— Alguns insumos do produtor são em dólar. Por exemplo agroquímicos, fertilizantes, mas tem outros fatores que não são. São em real como mão de obra. Há, por exemplo, o transporte e o uso de tratores e máquinas que usam óleo diesel. O governo está tendo uma vantagem no sentido de que o petróleo é cotado em dólar e ele poderia diminuir o valor do óleo diesel. Essa seria uma forma de ajudar a agricultura — finalizou Antônio Esteve.

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