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 | 10/10/2009 12h30min

Cooperativa de Mato Grosso diversifica produtos da agricultura familiar

Tipo de mandioca usada é produzida para consumo das próprias famílias e uma parte é vendida para o mercado local

Com suporte técnico da Arca Multiencubadora, localizada no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a Cooperativa dos Pescadores e Artesãos de Pai André e Bonsucesso (Coorimbatá) trouxe pela primeira vez para a Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária produtos típicos brasileiros, mas com um diferencial: valor agregado.

É o caso da mandioca ‘chips’, usada como tira-gosto.

— A mandioca é um produto da agricultura familiar que a gente tenta fazer chegar à gôndola dos supermercados de outra forma e não sob a forma tradicional de farinha ou para consumo na mesa direto — disse o consultor técnico da Arca Mutiencubadora, Godfrey Kibuuka.

Ele explicou que, muitas vezes, a batata que é oferecida no mercado como salgadinho é transgênica, leva agrotóxicos pesados e passa por processos industriais mais aprimorados.

O tipo de mandioca usada pela cooperativa é produzida para consumo das próprias famílias e uma parte é vendida para o mercado local. A Arca Multiencubadora ensinou às 58 famílias cooperadas o processamento da mandioca e também da banana, tentando fazer banana ‘chips’ e a banana palha.

— São produtos que você normalmente vê com a batata inglesa. A vantagem [ao usar produtos da agricultura familiar] é que não têm agrotóxicos — disse Kibuuka.

A Coorimbatá recebe apoio da Petrobras e tem o intuito de estender o trabalho técnico e social da população assistida a outras associações e cooperativas mato-grossenses.

Godfrey Kibuuka destacou que os produtos representam para os cooperados o pagamento justo pela matéria-prima. A castanha fabricada pelos índios do noroeste do Estado, por exemplo, utilizada na fabricação de salgadinhos variados, consegue agora, por meio do trabalho da cooperativa, ser colocada no mercado.

— Nós agregamos valor para repassar pelo preço justo ao produtor — afirmou.

Os produtos da Coorimbatá já têm boa aceitação no mercado da região mas a meta é formar parcerias com outros estados, como o Rio de Janeiro. O consultor destacou a importância da participação da cooperativa na sexta edição da feira, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

— Esse espaço está sendo colocado para a gente tentar fazer esse intercâmbio e estabelecer distribuidores para os nossos produtos — acrescentou Kibuuka.

A Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária se estende até a próxima segunda, dia 12, na Marina da Glória.

AGÊNCIA BRASIL
 
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