| 06/10/2009 18h13min
Cerca de 300 índios Terena bloquearam o quilômetro 498 da BR-163, próximo à entrada de Campo Grande. A barreira foi montada às 5h da manhã e impediu a passagem dos motoristas que chegavam ou saíam da cidade em direção à região Norte. Apenas ambulâncias estavam autorizadas a passar.
Para evitar mais transtorno, a Polícia Rodoviária Federal conteve o acesso de veículos a uma distância de seis quilômetros do local do protesto. Durante as negociações, os manifestantes, pintados e armados com pedaços de madeira e arcos e flechas, permitiram o tráfego em uma das pistas a cada duas horas. Irritados, os motoristas reclamaram enquanto aguardavam a liberação total da estrada.
Os indígenas também bloquearam um trecho da BR-262, na altura do quilômetro 528, no município de Miranda. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, nesta região a situação é mais preocupante.
Nos dois casos o motivo do protesto é semelhante. Os índios querem garantias de que o processo de demarcação de terras seja agilizado. Um dos grupos quer que a Justiça retome as demarcações na cidade de Sidrolândia, onde atualmente existem nove aldeias distribuídas em uma área de 2,4 mil hectares.
Segundo as lideranças indígenas, este espaço é insuficiente para a sobrevivência das 4,5 mil pessoas que vivem no local. Ainda de acordo com os indígenas, estudos antropológicos confirmaram que a área deve ser ampliada para 15 mil hectares.
De acordo com a Funai esta área está em litígio judicial há mais de 10 anos. No caso do protesto em Miranda, a cobrança é pela ampliação da atual área onde estão instaladas sete aldeias de seis mil para 33 mil hectares.
Atendendo a uma exigência dos manifestantes o procurador da República, Emerson Kalif, esteve no local do protesto. As negociações com o grupo foram feitas no local.
Depois de mais de seis horas de protesto e muita negociação, os índios aceitaram liberar a rodovia. Em contrapartida o Ministério Público Federal enviará um documento com as reivindicações do grupo para a Justiça Federal e os indígenas vão aguardar a definição de um prazo para que o processo de demarcação seja julgado.
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