| 06/10/2009 15h40min
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Márcio Santos, informou hoje que será mantida a invasão da fazenda Santo Henrique, situada no município de Borebi, a 300 quilômetros da cidade de São Paulo. Segundo ele, mesmo depois do movimento receber um aviso de liminar da Justiça para a desocupação, a intenção é de permanecer no local. A fazenda foi tomada por cerca de 350 famílias, no último dia 27.
Márcio Santos disse que o movimento decidiu pela destruição de lavouras de laranja, de um espaço de 2 hectares, para pressionar as autoridades a agilizar o processo de assentamentos no interior paulista. As lavouras destruídas pertenciam à empresa Cutrale, a maior produtora mundial de sucos de laranja.
— No lugar das laranjas, nós íamos plantar arroz, feijão e milho — disse.
Santos argumentou que o MST escolheu a fazenda pelo fato da região possuir glebas cujo o direito é reivindicado na Justiça para devolução à União. De acordo
com o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra), a fazenda Santo Henrique está incluída no Núcleo Colonial Monção, uma área de 40 mil hectares espalhadas entre os municípios de Agudos, Águas de Santa Bárbara, Borebi, Iaras e Lençóis Paulista.
Uma parte dessas terras foi comprada pela União e outra recebida pelo governo federal como pagamento de dívidas das companhias de Colonização São Paulo e Paraná. Conforme o Incra, há um processo em tramitação na Justiça, desde 1997, visando à desapropriação da fazenda para fins de reforma agrária. Por meio de nota, a Cutrale informou que obteve na Justiça liminar de reintegração de posse.
Segundo o comunicado, os sem-terra têm prazo de 24 horas para deixar o local sob pena de multa diária no valor de R$ 500, por invasor. A empresa alega que, no local, existem 300 empregados entre trabalhadores rurais e colhedores e que eles teriam sido ameaçados pelo MST.
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