| 30/09/2009 13h12min
Em 2006, havia mais de um milhão de crianças com menos de 14 anos trabalhando na agropecuária. Além disso, oito em cada 10 produtores rurais são analfabetos ou não concluíram o ensino fundamental. O problema da baixa escolaridade entre as mulheres é ainda mais grave. Enquanto entre os produtores o analfabetismo chega a 38,1%, entre as produtoras, o índice é de 45,7%.
As informações, divulgadas nesta quarta, dia 30, fazem parte do Censo Agropecuário 2006, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se de um estudo que traça uma radiografia do setor no país, com dados sobre os 5,2 milhões de propriedade rurais espalhadas pelo país.
Os maiores percentuais de produtores analfabetos ou sem nenhum estudo estão concentrados nas regiões Norte (38%) e Nordeste (58%). Já na Centro-Oeste (13%) e na Sudeste (11%) aparecem os níveis mais elevados de produtores com grau técnico agrícola ou ensino médio completo.
O levantamento mostra também que com a urbanização do país o pessoal ocupado nas propriedades rurais está diminuindo. Entre o censo de 1995-1996 e o de 2006, a queda foi de 7,2% – menos intensa, no entanto, do que a observada na década anterior (-23,3%). Ainda assim, em 2006, quase dois em cada 10 trabalhadores do país estavam empregados em propriedades agropecuárias. Desse total, 30,5% eram mulheres.
As pequenas unidades eram as principais empregadoras, respondendo por 84,36% dos trabalhadores rurais. O documento destaca que, embora cada uma delas gere poucos postos, essas propriedades empregam 12,6 vezes mais trabalhadores por hectare do que as médias (área entre 200 e dois mil hectares) e 45,6 vezes mais do que as grandes propriedades.
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