Os produtores de trigo do Paraná ganharam um reforço para tentar receber o seguro que fizeram das lavouras. Apesar dos contratos não cobrirem prejuízos com doenças e pragas, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) divulgou oficialmente uma nota técnica informando que as perdas não aconteceram por erro de manejo, mas pelo excesso de chuvas.

A brusone e a giberela são doenças que apodreceram muitos trigais do Paraná. A chuva caiu sem parar em julho e agosto, quatro vezes acima da média, e o produtor não conseguiu aplicar os fungicidas. O Estado plantou 1,29 milhão hectares com trigo. Pelo último levantamento do Deral, a colheita deve ser de 2,77 milhões de toneladas, bem menos do que os 3,5 milhões de toneladas previstos no início do plantio. Mas, desta vez, os produtores não precisão pedir prorrogação das dívidas.

Mais de 10,8 mil produtores de trigo do Paraná fizeram seguro das lavouras. Agora, eles estão tentando convencer a seguradora do Banco do Brasil, principal agente dos contratos, de que têm o direito de receber o dinheiro, mesmo que a podridão das plantas não esteja prevista nos documentos.

Eles conseguiram o apoio do Iapar, que emitiu uma nota técnica dizendo que o controle das doenças foi prejudicado porque não parou de chover nem para aplicar os fungicidas. O Sindicato Rural de Londrina (SRL) está orientando os produtores a juntar uma cópia da nota aos documentos e apresentar à seguradora.