Os Estados Unidos não atenderam o pedido da agência de inspeção nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) para permitir a volta de inspetores ao Iraque no pós-guerra. O objetivo dos agentes seria a retomada das buscas por armas de destruição em massa no país. O governo norte-americano fará as buscas com apenas com equipe própria.

– Ninguém entrou em contato com a gente e ninguém nos informou de nada – disse um especialista, que pediu anonimato, próximo da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA) nesta quarta, dia 16.

Os EUA deixaram claro que procurariam sozinhos pelas supostas armas iraquianas e que a AIEA e a Unmovic, agência de monitoramento da ONU para armas químicas, biológicas e balísticas, teriam apenas uma participação limitada nessas atividades durante o pós-guerra. Já o chefe da AIEA, Mohamed ElBaradei, disse no dia 21 de março e novamente no dia 8 de abril que apenas a agência possuía legitimidade para realizar buscas e destruir armas nucleares ou componentes de armas nucleares eventualmente encontrados no Iraque.

El Baradei pretende retornar ao Iraque com autoridade plena concedida pelo Conselho de Segurança da ONU e com base no Tratado de Não-Proliferação Nuclear (NPT), de 1968, que proíbe a disseminação de armas atômicas e do qual o Iraque é signatário. De acordo com AIEA, especialistas em direito concordam com ElBaradei sobre o fato de que apenas a agência possui legitimidade para verificar o cumprimento do tratado.

Os EUA montaram equipes de inspeção próprias, apesar dos pedidos da ONU e de outros países contrários à guerra no Iraque para que se permita a volta dos inspetores da ONU. No final de 2002, os integrantes da AIEA retornaram ao país depois de quatro anos de ausência. Até o início da guerra, não haviam sido encontrados indícios de que os iraquianos possuíssem um programa de armas nucleares. A agência de monitoramento da Nações Unidas achou apensa alguns mísseis proibidos, mas nenhuma arma química ou nuclear.

As informações são da agência Reuters.