| 15/09/2009 19h20min
Produtores rurais e atacadistas protestaram, nesta terça, dia 15, no sul do país contra a exigência da Companhia Estadual de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa) de que os hortigranjeiros sejam transportados em caixas plásticas.
Mais de cento e vinte pessoas ocuparam a rua em frente ao prédio da administração da companhia. Eles reclamaram da fiscalização feita há uma semana para impedir a entrada de caminhões que transportam as mercadorias em caixas de madeira.
– A gente está comparando esta revista a chegar em uma penitenciária. E não temos informação de outro local de compras no mundo que o cliente seja tratado desta maneira – disse o presidente da Associação dos Produtores da Ceasa, Ailton Machado.
As caixas de plástico custam R$ 9,00, nove vezes mais do que as de madeira. Mas a Ceasa diz que a durabilidade de cinco anos compensa o investimento. Os manifestantes não concordam.
– Na Ceasa de São Paulo não conseguiram tirar as caixas de madeira, não conseguiram. Por que a Ceasa daqui quer tirar? Qual é o problema? – questiona o produtor rural Geni Manica.
De acordo com a direção da companhia, todos tiveram um prazo de seis meses para se adaptar as regras. E a polêmica não é nova: há sete anos, a Ceasa chegou a financiar a troca das caixas de madeira pelas de plástico para os pequenos produtores rurais.
A exigência surgiu por causa de uma instrução normativa do Ministério da Agricultura. Em 2002, foi determinado o uso de caixas com material resistente e higiênico para carregar os produtos. Segundo o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, João Carlos Machado, agora a Ceasa vai emprestar caixas de plástico para pequenos produtores por até 90 dias.
– Existem financiamentos no Banco do Brasil, Caixa-RS, Banrisul, financiamentos do Pronaf que têm um custo muito baixo, com prazo longo. Existem todas as condições de se adequar. O que se quer, o que se busca, é qualificar a nossa Ceasa, fazer uma Ceasa diferente, que seja pioneira no Brasil no sentido de cumprir a legislação, de oferecer produtos com segurança ao consumidor. Então, eu acho que todos nós, governo, os que vendem, os comerciantes, todos tem que botar acima de tudo o interesse da sociedade, da qualidade do alimento, da saúde pública.
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