| 15/09/2009 09h29min
Um aniversário que não merece comemoração. Há um ano, começava a mais grave crise financeira mundial desde a grande depressão da década de 30. Foi quando o banco americano Lehman Brothers decretou falência e o governo decidiu não socorrer a instituição. Mas a data merece ser lembrada como lição para os agentes financeiros e governos. A economia mundial nunca mais será a mesma.
Tudo começou com o crédito fácil. Com os juros baixos e a ganância dos bancos, qualquer pessoa conseguia empréstimos nos Estados Unidos. Sem emprego e sem garantia, um cidadão poderia hipotecar um imóvel duas ou três vezes seguidas, até a que a dívida ficasse impagável.
Nos bancos, estes empréstimos são classificados de acordo com o risco de receber o dinheiro. Aqueles que estavam na pior classificação, considerados ativos tóxicos, foram fantasiados, mudaram de nome. Assim, passaram a ser classificados como títulos de risco mais baixos. Foi por isso que estes papéis se espalharam pelas instituições financeiras do mundo todo e logo começaram os pedidos de falência de grandes bancos e seguradoras. Alguns foram socorridos. Mas, no dia 15 de setembro, o gigante Lehman Brothers também pediu concordata e, desta vez, o governo não ajudou.
As bolsas despencaram. Em outubro, as perdas chegavam a US$11 trilhões. O Citigroup valia US$ 255 bilhões em junho de 2008, já em janeiro a venda do banco seria possível por apenas US$ 19 bilhões. Situação semelhante ocorreu com os concorrentes JP Morgan e Goldman Sachs.
A crise só não foi pior porque os bancos centrais no mundo inteiro começaram uma serie de ações conjuntas e injetaram US$ 3 trilhões na economia. O poder público comprou ações de bancos e retirou do mercado títulos sem valor. Era um novo tipo de capitalismo. O problema agora, neste aniversário da crise, é o rombo nas contas públicas. Somente nos Estados Unidos, o déficit representa 13,5 % do PIB. Na opinião de analistas, o aceitável seria no máximo 3%.
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