| 02/09/2009 16h19min
As alternativas políticas e econômicas para agregar valor à produção de milho foram discutidas no Fórum Agronegócio e Agregação de Valor, promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e pelo Canal Rural e realizado na tarde desta quarta, dia 2, na casa RBS, na Expointer 2009.
Investimentos em pesquisa e tecnologia podem garantir mais renda para o setor agrícola, mas é essencial abrir novos mercados e desenvolver uma parceria entre todos os elos da cadeia produtiva que envolve fornecedores de insumos, produtores de milho, criadores de animais e exportadores de carne.
No evento, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, falou que o agronegócio é uma preocupação especial de sua pasta. O Brasil, segundo ele, tem enorme potencial para exportar alimentos para a Europa, e, por isso, o governo tem lutado contra os subsídios agrícolas dos Estados Unidos e da União Européia. O ministro destacou que a cadeia do milho pode trazer benefícios ao país.
— O milho é um dos produtos de maior efeito multiplicados de renda. Se agregarmos mais valor a essa cadeia, se ganha mais ainda, com geração de emprego e renda — explicou o ministro, que afirmou também que o milho para consumo humano é uma boa aposta para o setor e que as pesquisas realizadas pela Embrapa podem aumentar a produção.
O ex-ministro e produtor rural, Alysson Paolinelli, destacou que a agregação, para valer a pena tem que ser feita na origem do produto, diminuindo custos de frete. Como exemplo de cadeia produtiva com agregação de valor, Paolinelli citou o Paraná, em que o milho é usado pra produzir carne, e essa carne ganha cada vez mais especificidades, como cortes nobres e pré-cozimento. Mas para o produtor, só beneficiamento não garante renda:
— É romântico falar em agregação de valor, mas quem agrega valor é o mercado. É disso que precisamos, abrir mercado — disse, chamando atenção para a necessidade de padronizar e melhorar o sistema de rastreabilidade dos produtos.
Francisco Turra, ex-ministro da agricultura e presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef), fez questão de mostrar que as carnes brasileiras estão ganhando espaço no mercado asiático. Para ele, diante de uma busca mundial por alimentos e etanol, o país tende a crescer. Como 62% do milho produzido vai para suíno e avicultura, as carnes se impões como o grande mercado para a commodity.
Diante disso, o presidente da Abramilho, Odacir Klein – também ex-ministro - falou que é mais do que necessário uma articulação entre fornecedores de insumo, agricultores e a indústria de carnes. Caso contrário, o alto preço cobrado pelos produtos agrícolas e o baixo preço pago pelas indústrias acaba sufocando o produtor.
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