| 28/08/2009 08h20min
Desde a semana passada, fortes chuvas, ventos e trovoadas na região central do Brasil tomaram o lugar do tempo seco e quente, que normalmente é característico do mês de agosto. A mudança deve interferir em diferentes culturas, que estavam preparadas para passar por mais um mês de estiagem.
Na estação agrometeorológica principal da Embrapa Cerrados, em 34 anos de observação houve apenas uma ocorrência semelhante, em 1984, de um total de chuva em agosto que ultrapassou os 40 milímetros.
As chuvas já estão prejudicando a colheita do trigo, que poderá ter perdas significativas. De acordo com o pesquisador da Embrapa Cerrados, Julio César Albrecht, deverá haver diminuição na qualidade do grão. Além disso, em alguns locais em que as chuvas foram mais fortes, o trigo acabou acamado, o que deve prejudicar a qualidade e a produtividade das lavouras que ainda não foram colhidas.
No Brasil central, a triticultura já vinha sofrendo os impactos negativos do aumento da brusone, provocado pela maior ocorrência de chuvas em abril e maio.
– Devido à doença, os produtores que estão colhendo já verificaram perdas entre 30% e 50% de sua lavoura – relata Júlio.
Por outro lado, a ocorrência maior de chuvas deve beneficiar as fruteiras típicas do cerrado, que estão florescendo, como o caju, que normalmente é colhido em novembro e dezembro. Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, Artur Muller, deve haver uma viabilização maior de flores, que abortariam muito em condições de baixa disponibilidade hídrica no solo associada à alta temperatura.
As chuvas favorecem também toda a vegetação nativa, pois as queimadas comuns dos períodos mais secos diminuem. O fogo é controlado mais facilmente, pois sua propagação é mais lenta devido à presença de material mais úmido. São beneficiadas ainda as lavouras irrigadas, pois há uma economia maior de água e energia.
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