A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai realizar um seminário, em Brasília, para divulgar os resultados de uma pesquisa inédita sobre a realidade das Centrais de Abastecimento (Ceasas). De acordo com a Superintendência de Abastecimento Social (Supab), o evento ainda não tem data marcada, mas deve ocorrer entre setembro e outubro.

— Este diagnóstico iria ser divulgado em julho. Entretanto, tivemos de retornar a duas Ceasas para nos certificar dos dados que foram apurados — diz o superintendente João Cláudio Dalla Costa.

Segundo ele, as informações do estudo estarão em uma publicação, que será lançada no seminário. O objetivo é explicar aos participantes a metodologia do trabalho realizado e promover debates. Participarão presidentes das Ceasas e representantes dos ministérios da Agricultura (Mapa), do Desenvolvimento Social (MDS), do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

— A idéia é analisarmos soluções para os problemas que serão expostos. O documento enumera os grandes desafios do setor para os próximos anos.

Iniciado em setembro de 2008, o levantamento foi proposto pela Conab no âmbito do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort). O coordenador do estudo, o agrônomo Altivo Cunha, explicou que a demanda surgiu porque o Brasil não dispunha de informações atualizadas sobre o seu sistema de comercialização de hortigranjeiros, considerado um dos maiores do mundo, com quase 18 milhões de toneladas de alimentos comercializados por ano.

No levantamento, foram analisadas 24 instituições gestoras que administram 54 entrepostos de comercialização e entrevistados 47 dirigentes e técnicos das principais centrais federais, estaduais e municipais do país.

Entre os dados obtidos, o diagnóstico identificou que o universo de todas as Ceasas no país abrange atualmente 21.574 produtores agrícolas cadastrados, a maioria composta de agricultores familiares, 12 mil comerciantes, 27 bancos de alimentos destinados a ações de combate à fome e 442 pavilhões para comercialização dos produtos. Essas Centrais ocupam uma área total construída de 3.330.000 metros quadrados.

Entre os desafios identificados estão a necessidade de melhoria da qualidade e da sanidade dos produtos dentro das Ceasas, o aumento na qualidade das embalagens de hortigranjeiros, a modernização da infraestrutura e a redução no desperdício de alimentos.