| 21/08/2009 19h08min
A União Européia pretende medir os impactos do uso da terra nas emissões de gases que causam o efeito estufa. A proposta faz parte de uma nova lei de combate às mudanças climáticas, que exige a redução em 20% desses poluentes até 2020. Mas a medida pode afetar o Brasil, principal exportador de etanol produzido a partir da cana-de-açúcar.
O etanol brasileiro é vendido atualmente para 27 países do bloco europeu. Com a aprovação das novas regras de combate às mudanças climáticas, os combustíveis terão que contribuir com um corte de 10% para que seja cumprida a meta. No Brasil, há receio de que a decisão dos europeus de investigar e reduzir as emissões de gases poluentes, a partir do uso da terra, possa se tornar um obstáculo ao comércio de biocombustíveis.
O governo alerta para o risco de que potenciais prejuízos ambientais sejam transformados em barreiras não-tarifárias e prejudiquem as exportações. A grande dúvida em torno dessa discussão é se os biocombustíveis são ambientalmente corretos. Para o Ministério de Minas e Energia, é importante avaliar essa questão de acordo com a realidade de cada país, não só pelo aspecto ambiental, mas também econômico e social.
Segundo o Ministério da Agricultura, é preciso diferenciar as preocupações ambientais e os mecanismos de defesa comercial, que alguns países adotam para se proteger da competitividade dos biocombustíveis brasileiros. O governo afirma que o Brasil está fazendo o dever de casa e aposta no zoneamento agrícola da cana-de-açúcar para reduzir os riscos ao meio ambiente.
– O trabalho de zoneamento da cana foi concluído. Muito em breve vai ser lançado pelo presidente Lula e discutido no Congresso, e vai mostrar que meio ambiente e agricultura podem andar juntos – comenta o Secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone.
Apesar da intenção do governo de evitar que as lavouras de cana avancem sobre áreas de floresta, os ambientalistas afirmam que ainda há incertezas sobre as regras que devem ser anunciadas.
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