| 20/08/2009 09h03min
Novo sinal de que a fase mais aguda da crise ficou para trás surgiu nessa quarta, dia 19, na divulgação da Sondagem Econômica da América Latina. O Índice de Clima Econômico, principal indicador da pesquisa, mostra que a região deixou o ambiente recessivo para ingressar na fase de recuperação. Peru e Brasil, os países melhor avaliados, já estão na fronteira da expansão.
Conforme a coordenadora do estudo, Lia Valls Pereira, da Fundação Getulio Vargas (FGV), o resultado indica uma clara passagem para a fase de recuperação, embora de forma tímida, evidenciada pelo Índice de Situação Atual, muito abaixo da média dos últimos 10 anos:
– A situação é considerada ruim, mas há expectativa de melhora.
Elaborado há uma década com apoio do Instituto de Pesquisa Econômica da Universidade de Munique (IFO, na sigla em alemão), o estudo teve o ponto mais baixo em janeiro deste ano, quando o principal indicador bateu em 2,9. A partir de então, voltou a crescer até chegar a 4, em julho. O trabalho procura captar o sentimento de especialistas sobre a economia em relação à situação atual e às perspectivas para os próximos meses.
– Uma sondagem é feita para antecipar possíveis tendências, já que os dados da economia demoram a sair – explica Lia.
Entre as questões avaliadas estão consumo, investimento, juros, inflação, balança comercial e taxa de câmbio. Todos os aspectos são avaliados do ponto de vista do momento, para compor o Índice da Situação Atual, e projetado para o futuro, para elaborar o Índice de Expectativas. A combinação de ambos resulta no Índice de Clima Econômico. A nota mais alta é a que aponta para a frente. O Índice de Expectativas subiu de 4,6 para 5,4 pontos.
– Em segundo lugar no índice, o Brasil já havia entrado em recuperação em abril e continua melhorando. Se observarmos a classificação conforme os ciclos, é possível dizer que consolidou a recuperação e já está quase entrando na fase de expansão – detalha.
Krugman diz que recessão já chegou a seu fim
Em visita à Colômbia, o prêmio Nobel de Economia 2008, Paul Krugman, disse ontem que a América Latina vai superar a crise mundial mais rapidamente do que os países avançados, atrás apenas da reação das economias asiáticas. O economista, que participa de um fórum de liderança em Bogotá, considerou que a América Latina “está melhor preparada” para enfrentar a crise do que em ocasiões anteriores.
Em seu diagnóstico, a economia internacional está “no final da recessão”. Apesar de ressaltar o papel dos mercados emergentes, Krugman insistiu que a economia mundial só voltará a crescer de forma sustentável quando os países ricos se recuperarem definitivamente.
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