O debate entre supermercadistas e frigoríficos marcou o primeiro dia de discussões na ExpoGenética, em Uberaba (MG), nesta segunda, dia 17. Além da mostra de animais provados nos principais programas de melhoramento genético do Brasil, a feira privilegia os temas polêmicos que envolvem a cadeia produtiva da carne.

A pista de julgamento mais disputada do país, se transformou em palco de debate, local aberto para possibilitar a participação de produtores e técnicos. Na ExpoGenética, que teve sua abertura oficial neste domingo, dia 16, os elos da cadeira produtiva se encontraram.

O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, apresentou o cenário atual com as distorções de preços nos ciclos da pecuária. Ele está otimista e acredita que a grande mudança deve vir com o fim do PIS/Cofins, imposto de 4,5% sobre o faturamento dos frigoríficos.

Já o consultor da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), José Milton Dallari Soares, fez uma abordagem sobre a crise financeira que foi socorrida com mais de US$ 15 trilhões. Com um balanço financeiro, ele mostrou que 20 redes de supermercados respondem por mais de 51% do mercado nacional. Agora, o setor está mais atento às cobranças da mídia e dos consumidores.

De acordo com a Abras, dentro de 60 dias, as principais redes só vão aceitar carne dos frigoríficos com rastreabilidade. A decisão deve acelerar o planejamento de toda cadeia produtiva de pecuária.