| 13/08/2009 18h20min
A situação de preços abaixo do custo de produção na citricultura deve se reverter. Só que isso pode levar até quatro anos, segundo especialistas. Instituto de Economia Agrícola, Fundectirus, e a Coordenadoria de Defesa Agropecuária participaram de um encontro nesta quinta, dia 13, no interior de São Paulo.
O encontro em Cordeirópolis (SP) era para falar sobre a importância das mudas de laranja para garantir a sanidade dos pomares. Mas, em meio à situação da citricultura paulista, foi inevitável abordar a questão dos preços. Com a queda na demanda nos principais países importadores, as indústrias vêm pagando ao produtor valores abaixo do custo de produção. Situação que, segundo o pesquisador do IEA Antônio Ambrósio Amaro, não vai se sustentar por muito mais tempo.
O instituto divulgou na quinta o levantamento dos preços agropecuários na primeira semana de agosto. Em São Paulo, o valor pago pela indústria aumentou 35% em comparação com a primeira semana de julho (de R$ 4 para R$ 5,40). Já a laranja in natura teve queda de preço, e a caixa caiu de R$ 9,57 para R$ 6,63 (queda de 30,75%).
No caso da indústria, a alta se deve ao início da colheita e também à expectativa de uma safra menor na Flórida. Para a laranja de mesa, a queda está ligada a uma oferta maior, já que parte da fruta que iria para processamento acabou indo para o consumidor, em função dos preços baixos.
Mas não são apenas os valores que preocupam os citricultores. O avanço do greening foi outro tema do encontro. De janeiro a julho deste ano, dois milhões e 43 mil pés de laranja precisaram ser arrancados no Estado (52% a mais que no semestre anterior).
A doença, considerada a mais grave do setor, preocupa não só por questões fitossanitárias, mas também pelos prejuízos financeiros que causa. É por isso que, até outubro, a Secretaria de Agricultura de São Paulo pretende dar início a um projeto de linha de crédito, que vai financiar os produtores que erradicarem pés de laranja, desde que plantem, no lugar, outra cultura.
O pacote de medidas de socorro à citricultura paulista inclui ainda o pedido de prorrogação de R$ 700 milhões em dívidas junto ao Ministério da Fazenda. O valor foi acumulado desde 2002, em função dos preços defasados.
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