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 | 10/08/2009 14h57min

Dirigente do MST diz que governo priorizou agronegócio

Segundo Marina dos Santos, há um sentimento de que o governo federal tem uma dívida com os movimentos sociais

Atualizada às 21h04min

A dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marina dos Santos, disse nesta segunda, dia 10, que o atual governo viveu, no início da gestão, um momento político com condições para realizar a reforma agrária, no entanto, priorizou o agronegócio e preferiu investir na regularização fundiária. Segundo ela, isso contradiz antigas promessas feitas aos movimentos sociais que defendem a democratização de terras.

— Há um sentimento generalizado de que o governo federal tem hoje uma dívida com os movimentos sociais. Porque havia um compromisso histórico por parte do próprio presidente de realizar a reforma agrária no nosso país — disse Marina, durante entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Segundo ela, visando à produção para a exportação de monocultivos, o governo decidiu, no campo da reforma agrária, implantar ações somente na linha de regularização fundiária. “Essa regularização é importante, mas não pode ser chamada de reforma agrária, porque ela não democratiza, não mexe na estrutura fundiária”, argumenta. Somente no programa Terra Legal, o Ministério do Desenvolvimento Agrário pretende regularizar 296,8 mil posses de terras públicas, ocupadas antes de 1º de dezembro de 2004.

Para pressionar o governo a assentar 90 famílias acampadas em terras públicas em um prazo de seis meses, integrantes do MST começaram hoje (10), em Brasília, manifestação que pretende reunir cerca de três mil pessoas do movimento. Os manifestantes vão ficar acampados até o próximo dia 19 em frente ao Estádio Mané Garrincha.

AGÊNCIA BRASIL
 
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