| 07/08/2009 17h59min
Antes de entrar em férias, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, fez nesta sexta, dia 7, um balanço sobre as prioridades do governo no setor rural. Entre as ações previstas para os próximos dias, está o anúncio de medidas de apoio às lavouras de café e milho.
O Brasil está com excesso de café no mercado. Por isso, o ministro disse que é preciso retirar do mercado 10 milhões de sacas de 60 quilos do produto neste ano e no próximo.
Deverão ser investidos na operação cerca de R$ 1 bilhão, dos quais R$ 300 milhões vêm dos recursos que serão disponibilizados para apoio à comercialização (R$ 1,6 bilhão) e o restante de outras fontes.
Cerca de três milhões de sacas, do total anunciado nesta sexta pelo ministro, já foram operacionalizadas pelo governo, principalmente por leilões de contratos de opção de venda.
De acordo com o ministro, técnicos da Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário discutem um texto de consenso sobre as mudanças no código florestal. No Congresso, a base governista também busca um acordo para votar alterações na legislação que precisam ser feitas até o fim do ano.
— É necessário que seja feito, eu acho que há um consenso geral de que nós precisamos fazer alguma coisa. E este fazer significa corrigir aquilo que não foi feito de forma correta no passado ao se construir a legislação ambiental — diz Stephanes.
Entre as prioridades do governo, ainda para este ano, também está a definição sobre o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar. O anúncio oficial estava previsto para a semana passada, mas foi cancelado porque ainda existem divergências entre o Ministério da Agricultura e o Ministério do Meio Ambiente sobre o plantio de cana na Bacia do Alto Paraguai, no norte do Mato Grosso. Coube ao presidente Lula dar a resposta final sobre esse assunto.
— Possivelmente ainda este mês ou no próximo mês, mas de qualquer forma agora é uma questão que está em nível da Presidência da República e ela vai ver o momento adequado e até a forma que essa decisão tem que ser tomada — explica o ministro.
Sobre café, Stephanes diz que o país tem um excesso de oferta.
— Estamos em plena época de safra, quase terminando a safra e nós temos que proteger o produtor. O Brasil tem que adotar algumas medidas mais positivas agora, a curto prazo, já que elas estão em discussão com os ministérios da Fazenda e Planejamento. Também temos que evitar erros que viemos cometendo na política em relação ao café para as próximas safras. As medidas serão de formação de estoques — comentou.
O ministro explicou que Estado do Mato Grosso, na Safrinha, produziu dois milhões de toneladas de milho a mais do que eles tinham previsto, o que significa que o clima foi extremamente adequado, a produtividade foi alta, mas acabou criando um problema de logística tanto de armazenagem quanto de retirada desse excesso de produção.
— Nós tivemos também melhor produção em outras áreas do Centro-oeste e ainda precisamos retirar três milhões de toneladas dessa região. E aí os recursos já estão sendo previstos para isso e, possivelmente, devemos retornar os leilões a partir da próxima semana — afirmou.
Quanto ao trigo, o ministro da Agricultura afirmou que em 2008, o Brasil já teve uma safra muito boa, que foi 50% superior ao ano anterior.
— Este ano, se o clima se mantiver favorável, nós devemos ter uma safra entre 5% a 8% superior à última safra — prevê Reinhold Stephanes.
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