| 04/08/2009 15h40min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça, dia 4, que, como está conseguindo superar a crise econômica global em melhores condições nas quais estava e após ter feito um empréstimo ao Fundo Monetário Internacional (FMI), agora é o Brasil que diz a essa entidade o que fazer, e não o contrário.
— Agora passamos a ser ouvidos. Hoje somos nós que estamos dizendo o que o FMI tem que fazer, e não o contrário, como sempre ocorria. Enquanto os outros países ainda se debatem com a crise, nós estamos saindo dela fortalecidos, em condições vantajosas, com maior poder de negociação nas relações diplomáticas e comerciais — afirmou Lula na coluna O Presidente Responde, publicada em vários jornais e na qual dá resposta a cartas de leitores.
O presidente se referiu ao empréstimo de US$ 10 bilhões que o Brasil concedeu este ano ao FMI, ao responder à carta de um economista sobre a conveniência de o país estar oferecendo dinheiro ao organismo.
Segundo o governante, que reconheceu que, como líder da oposição, sempre foi crítico à presença do FMI no Brasil, durante muito tempo o país foi devedor do Fundo e sempre obedeceu, "como uma criança bem comportada", às ordens dos técnicos do organismo.
— Agora, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial e no meio de uma grave crise econômica, o Brasil não só não pede apoio financeiro, mas empresta US$ 10 bilhões à instituição — afirmou.
Lula esclareceu que os recursos foram concedidos em forma de empréstimo, mas sem que deixassem de ser contabilizados como parte das reservas internacionais do Brasil. Ele acrescentou que o Brasil impôs a condição de que os recursos sirvam para ajudar países pobres e em desenvolvimento.
Diante de outra pergunta para a coluna, Lula disse que o Brasil está superando a crise em melhores condições que antes da conjuntura negativa.
— Sempre dissemos que fomos o último país a sofrer a crise e que seríamos o primeiro a superá-la. Hoje inclusive os que previam o pior estão reconhecendo que tínhamos razão — afirmou.
De acordo com o governante, o Brasil conseguiu enfrentar a crise porque estava bem preparado, com reservas internacionais superiores aos US$ 200 bilhões, mercado interno forte, instituições financeiras sólidas e relações comerciais diversificadas.
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