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A tensão entre norte-coreanos e norte-americanos se acentuou depois da tomada de Bagdá, na última quarta, dia 9. Pela primeira vez desde o avanço das tropas dos Estados Unidos sobre a capital iraquiana, um líder da Coréia do Norte se manifestou oficialmente. Kim Jong-il afirmou que seu país está preparado para "derrotar os inimigos a qualquer momento". Dentre esses, óbvio, figura o país do presidente George W. Bush.
A investida verbal de Jong-il complementa as declarações do graduado diplomata norte-coreano, Han Song-ryol, lançadas dentro da casa de Bush, durante um seminário em Cambridge:
– O resultado da guerra no Iraque dá à Coréia do Norte um tipo de determinação e vontade de tomar medidas para defender seu território contra possíveis ataques americanos.
Han Song-ryol, em tom mais ameno, declarou que os norte-americanos poderiam esperar "muitos passos positivos da Coréia do Norte em uma solução de problemas nucleares", desde que a oferta de negociações diretas seja acatada pelos EUA. A Casa Branca, entretanto, defende negociações multilaterais que poderiam incluir também China, Rússia, Coréia do Sul e Japão.
Nesta sexta, dia 11, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Losyukov, revelou que Moscou iria rever sua política de oposição a sanções internacionais contra a Coréia do Norte caso o país desenvolvesse armas nucleares.
– Vamos nos opor a essa posição (sobre as sanções) enquanto nossos colegas da Coréia do Norte mantiverem o bom senso. Mas a Rússia terá de seriamente considerar sua posição, à medida que o aparecimento de armas nucleares na Coréia do Norte e a possibilidade de ela usá-las perto de nossas fronteiras são categoricamente contra os interesses nacionais da Rússia – alertou.
Em relatório divulgado nessa quinta, a CIA (a agência americana de inteligência) disse que a Coréia do Norte aparentemente estava pretendendo construir uma instalação que poderia produzir quantidade de urânio suficiente para duas ou mais armas nucleares por ano.
A crise entre EUA e Coréia do Norte teve início em outubro de 2002. Naquele mês, o governo norte-americano deixou de doar combustível ao país oriental, sob a alegação de que a administração norte-coreana havia admitido ter um programa secreto para enriquecer urânio destinado a armas, uma violação de um acordo de desarmamento firmado em 1994. Japão e Coréia do Sul seguiram a medida dos EUA e, da mesma forma, deixaram de oferecer o produto.
As informações são da agência Reuters.
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