| 22/07/2009 19h41min
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou há pouco o corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros Selic, para 8,75% ao ano. Este é o quinto corte consecutivo e leva a taxa ao seu menor nível desde que se tornou parâmetro para o sistema de metas de inflação, em 1999. A decisão foi unânime.
— Tendo em vista as perspectivas para a inflação, em relação à trajetória de metas, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 8,75% ao ano, sem viés, por unanimidade. Levando em conta que a flexibilização da política monetária implementada desde janeiro tem efeitos defasados e cumulativos sobre a economia, o comitê avalia, neste momento, que esse patamar desde taxa básica de juros é consistente com um cenário inflacionário benigno, contribuindo para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas ao logo do horizonte relevante, bem como para a recuperação não-inflacionária da atividade econômica — informou o BC em nota.
A taxa de juros no Brasil está se reduzindo e, aos poucos, levando o país a condições de financiamento mais razoáveis. No entanto, para isso ser persistente e, especialmente, salutar, o governo precisa aumentar a eficiência de seus gastos, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, ao avaliar a decisão do Comitê de Política Monetária.
— Um país que gasta de forma eficiente tem mais condições de reduzir sua dívida e, ao mesmo tempo, estimular o crescimento da economia, dois fatores que contribuem para a queda dos juros no longo prazo — disse Tigre.
Outras preocupações que prosseguem, destaca o industrial, são as expectativas inflacionárias em ascensão e a persistência da inflação. Nos últimos meses a atividade econômica desacelerou muito no Brasil, enquanto os preços caíram em proporções menores. Apesar de baixa, a inflação persiste, o que pode influenciar de maneira decisiva a posição do Copom em frear a queda da Selic, alerta Tigre.
O presidente da Fiergs lembra que a taxa de juros real na economia brasileira está próxima a 4,5% ao ano, uma das mais baixas de sua história recente. O novo desafio do Brasil é justamente adequar os diversos condicionantes da economia brasileira, por exemplo, a remuneração da poupança, a essa nova realidade.
As próximas reuniões do Copom estão agendadas para os dias 1 e 2 de setembro.
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