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 | 11/07/2009 11h10min

Pampa Gaúcho ganha projeto para aumentar produção de vinho

Região, que produz 15% dos vinhos finos brasileiros, quer ampliar participação no cenário nacional

A tradição vitivinícola do Rio Grande do Sul não está apenas na Serra Gaúcha. O Estado com a maior produção de uvas e vinhos do Brasil tem em sua metade sul uma especialidade: 15% dos vinhos finos brasileiros são elaborados a partir de uvas dessa região. A partir do próximo ano, o segmento poderá se desenvolver ainda mais na localidade por meio do projeto Vinhos do Pampa Gaúcho, do Sebrae/RS. A apresentação da iniciativa foi realizada durante o 1º Encontro de Vitivinicultura da Campanha e Fronteira Oeste, em 10 de julho, em Santana do Livramento, a 497 quilômetros de Porto Alegre.

Cerca de 60 produtores de uva e vinho, técnicos e representantes de entidades do setor estiveram reunidos para debater as tendências do consumo e estratégias visando ao aumento da qualidade e comercialização nos mercado externo e interno. O evento é promovido pelo Programa Juntos Para Competir, ação desenvolvida pelo Sebrae/RS, Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), com apoio da Embrapa Uva e Vinho, Comitê de Fruticultura da Metade Sul do RS, Emater, Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e Prefetura Municipal de Santana do Livramento.

A qualidade da fruta e também o volume crescente de colheita têm consolidado a região gaúcha como referência na produção voltada à fabricação de vinhos finos. Em 2009, os produtores colheram 1,5 mil toneladas de uvas, cerca de 15% mais do que o produzido em 2008. Muitos deles já são atendidos pelo Sebrae/RS, por meio do Projeto Polo de Fruticultura do Pampa Gaúcho, em andamento desde o ano passado, com cerca de 200 produtores de frutas e derivados.

Segundo o gestor do Sebrae/RS, Tauê Bozzetto Hamm, o grande diferencial em termos de competitividade é o clima seco no verão. Ele explica que esta característica climática possibilita a colheita de uvas mais maduras, gerando vinhos de alta qualidade e com custo de produção reduzido. Porém, revela que gargalos como a concorrência com os importados e alta tributação dificultam a expansão da atividade.

– Cerca de 80% dos vinhos finos consumidos no Brasil vêm de outros países e 52% do preço do produto nacional é composto por tributos – afirma.

Qualidade

O diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani destaca que, apesar de o consumo do vinho estar crescendo no país, este avanço se dá mais para os produtos importados.

– Com os investimentos realizados já se produz frutas e vinhos de muita qualidade no país. O desafio é trabalhar para que os consumidores reconheçam e atribuam valor ao produto nacional – explica.

Conforme Paviani, o instituto lança neste mês uma campanha para ampliação da cultura e disseminação do consumo de vinho. Ele pondera que, enquanto a média de consumo de vinho no Brasil fica em 1,8 litro per capita, em países com Uruguai e França essa média é de 30 e 50 litros per capita, respectivamente.

Paviani acredita que a metade sul do Estado é mote importante neste desafio.

– Neste polo são cultivadas exclusivamente castas de vitis vinifera, que são as mais apropriadas para a produção de vinhos finos e de qualidade. Ele tem se sobressaído em todo o país e até no mercado externo pela excelência do produto final, questão que contribui para acrescentar valor e aumentar vendas – justifica.

Produção

Estimativas do Ibravin apontam que o Rio Grande do Sul colhe entre 500 e 600 milhões de quilos de uvas para processamento e cerca de 100 milhões de quilos para consumo direto por ano. Além disso, mais de 90% dos sucos e vinhos brasileiros partem de parreirais gaúchos.

Já a região metade sul do Estado compõe uma região de campo com topografia ondulada. Segundo o Ibravin essa região, com aproximadamente 1,5 mil hectares, consolidou-se como produtora de vinhos finos na década de 1980.

A predominância é das uvas tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Cabernet Franc, Pinot Noir, Touriga Nacional, Tempranillo; entre as uvas brancas destacam-se Chardonnay, Sauvignon Blanc, Pinot Griogio e Ugni Blan (Trebbiano). As uvas produzidas originam principalmente vinhos tranqüilos, embora venha crescendo em importância a produção de uvas das castas Chardonnay e Pinot Noir para a elaboração de espumantes.

No Brasil, a viticultura ocupa uma área de aproximadamente 100 mil hectares. A produção é da ordem de 1,2 milhão de toneladas/ano. Deste volume, cerca de 45% se destina ao processamento, para a elaboração de vinhos, sucos e outros derivados; e 55% são comercializados como uvas de mesa.

Grande parte da produção brasileira de uvas e derivados da uva e do vinho destina-se ao mercado interno. O principal produto de exportação, em volume, é o suco de uva e cerca de 15% do total vai para o mercado externo; apenas 5% da produção de uvas de mesa é destinada à exportação e menos de 1% dos vinhos produzidos é comercializado fora do país. Entre os principais destinos dos vinhos brasileiros hoje estão Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e República Tcheca.

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