Apesar das perdas dos últimos dias, o real é uma das moedas que mais se valorizou em relação ao dólar. Os ganhos passam de 15% desde o primeiro dia do ano. De acordo com analistas, o mercado brasileiro continua a registrar forte entrada de moeda americana.

Eles dizem que uma das explicações seria o saldo positivo da balança comercial, que está entre os fatores que sinalizam a maior remessa de dólar para o Brasil. Desde março, a entrada da moeda americana no país tem aumentado. Em junho, o saldo do fluxo cambial foi positivo em US$ 1,07 bilhão. O acumulado do primeiro semestre é positivo em US$ 2,66 bilhões, situação bem diferente de junho de 2008, quando foi registrada a saída de US4 877 milhões.

O maior volume neste ano fez com que o real fosse uma das moedas que mais se valorizou diante da moeda americana. De primeiro de janeiro até essa quarta-feira, dia 8, a moeda brasileira teve ganhos de 15,28%, mais que a britânica libra, por exemplo, que registrou alta de 9,46% no período, ou que o peso mexicano, com ganhos de 1,28%.

Já o euro seguiu em direção contrária, com desvalorização de 1,1% em relação ao dólar, assim como o yen, a moeda japonesa, com perdas de 2,1%.

Com sinais de que o pior da crise pode ter passado, os agentes financeiros estão mais dispostos a assumir riscos em mercados emergentes, como o Brasil. Analistas acreditam que a queda do dólar é sustentável e deve se manter até o fim do ano.

No último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central no início da semana, a previsão para o câmbio no fim deste ano foi revisada para baixo, de R$ 2 para R$ 1,99 por dólar.

Mas no pregão dessa quarta-feira, a moeda americana terminou com leve alta de 0,90%, cotada a R$ 2,009 para compra e R$ 2,011 para venda. O euro fechou com alta de 0,04%, a R$ 2,779 para compra e R$ 2,781 para a venda.