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 | 09/07/2009 05h19min

Bolaños enfrenta meio-irmão em Quito

Jogador do Inter, e Christian Lara, da LDU, são filhos de lendário goleiro do time equatoriano

Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

Irmãos apenas por parte de pai, os atacantes Bolaños, do Inter, e Christian Lara, da LDU, estarão hoje em lados opostos, na decisão da Recopa Sul-Americana, às 21h50min, em Quito.

Os dois são filhos de Adolfo Bolaños, lendário goleiro da LDU na década de 70, cuja morte, por câncer, no início de 2008, comoveu os torcedores. Conhecido por sua agilidade, ele entrou para a história ao participar do acesso à primeira divisão, em 1973, e do bicampeonato nos dois anos seguintes.

Embora não tivesse sido reconhecido como filho por Adolfo Bolaños, Lara manteve com ele um bom relacionamento. Os dois chegaram a trabalhar juntos na LDU, onde o ex-goleiro atuou por seis anos na formação de jogadores das categorias de base. A paternidade não reconhecida é tratada com algum constrangimento por pessoas ligadas ao clube. O próprio Bolaños mostra-se um pouco retraído ao abordar o caso. Ele só descobriu o irmão jogador já adulto. Eram rivais. Bolaños jogava na LDU, e Lara, no Nacional, de Quito. Em 2007, os dois foram companheiros de time na LDU.

– Eles mantêm uma relação de amigos, bem estreita – atesta, por telefone, Esteban Paz, presidente da comissão executiva da LDU e filho do mantenedor do clube, o banqueiro Rodrigo Paz.

Há sete meses no Brasil, tendo passado primeiro pelo Santos, Bolaños tem sido o jogador mais requisitado para entrevistas desde a chegada do Inter a Quito. Curiosamente, foi um dos poucos a queixar-se da altitude, mesmo tendo nascido na cidade, a 2,8 mil metros acima do nível do mar.

– Eles virão para cima, com velocidade. O campo tem boa qualidade. Fizemos assim contra o Fluminense no ano passado (vitória equatoriana por 4 a 2, no primeiro jogo decisivo da Libertadores) – lembra o atacante, destaque na conquista do título sul-americano.

A decisão de hoje à noite empolga os torcedores. Se ganhar a Recopa, a LDU garante ao Equador sua segunda taça continental. Até a Libertadores, os equatorianos exibiam no currículo apenas o vice da América do Barcelona, de Guayaquil (em 1998, perdeu para o Vasco). Os 28 mil ingressos do Estádio Casa Blanca se esgotaram. Com os sócios e donos de camarotes, a previsão é de 42 mil torcedores.

Com exceção dos chamados “barra bravas”, que ocupam a ala sul do estádio, o perfil do comportamento dos torcedores é pacífico.

– Fomos o único time a vencer o Inter na Libertadores de 2006. Podemos repetir. A torcida está entusiasmada com a chance da LDU fazer história no Equador – acredita Paz.

Trazido no início de junho do América do México, o meia Enrique Vera adota postura mais cautelosa.

– O Inter costuma fazer boas partidas fora de casa. E nosso retrospecto não é bom em Quito – diz, lembrando o decepcionante desempenho da LDU na última Libertadores em partidas no estádio Casa Blanca.

ZERO HORA
Alexandre Lops, inter / 

Inter enfrenta a LDU na decisão da Recopa nesta quinta-feira
Foto:  Alexandre Lops, inter


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