| 05/07/2009 08h30min
O início da operação da Usina de biodiesel em Marialva, região Noroeste do Paraná, vai permitir a produção em escala do biocombustível no Paraná. Construída por uma das maiores empresas do ramo no país, a Indústria e Comércio de Biodiesel Sul Brasil (BSBios), com investimentos de R$ 78 milhões, a unidade entra em operação no município paranaense em dezembro deste ano e começa a produzir em janeiro de 2010.
O diretor-superintendente da empresa Erasmo Carlos Battistella, pediu o apoio da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e das empresas vinculadas de assistência técnica (Emater-PR) e de pesquisa (Iapar-PR) para diversificar a produção de oleaginosa no Paraná.
Para o secretário da Agricultura, Valter Bianchini, a entrada da BSBios em operação marca a entrada do Paraná na era da produção de biodiesel em escala, o que será uma alternativa de produção para a agricultura familiar do Estado. Segundo o secretário, o Paraná tem uma área média cultivada com soja de 32 hectares por produtor e mais da metade da produção é da Agricultura Familiar.
Segundo Battistella, o eixo inicial da produção de biodiesel em Marialva será a partir da soja e da canola. Essa base deverá ser diversificada gradativamente e por isso conta com a ajuda do governo do Paraná. O executivo pediu ainda o apoio da Seab para a empresa conseguir o selo social fornecido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O selo é concedido às empresas que comprovadamente utilizarem 30% da absorção de matéria prima da Agricultura Familiar.
A unidade de Marialva será a segunda a ser implantada pelo grupo BS Bios, que iniciou sua produção de biodiesel no município de Passo Fundo (RS). No Paraná estão sendo investidos R$ 78 milhões nas instalações da empresa, que deverá gerar 120 empregos diretos e 3.000 empregos indiretos. O próximo passo será instalar unidade de esmagamento de grãos para verticalizar aprodução, informou Battistella.
O diretor técnico do Iapar, Arnaldo Colozzi, colocou à disposição da empresa o volume de informações técnico-cientificas em desenvolvimento pelo órgão para ampliar o leque de alternativas de oleaginosas mais adaptáveis ao cultivo no Paraná. Destacou que o órgão de pesquisa conseguiu recentemente o estabelecimento do zoneamento agrícola para a canola e o girassol no Estado.
Segundo Battistella, a preferência da empresa é pelo cultivo de canola no inverno porque não compete com a soja no verão, além de ser uma boa alternativa de rotação de culturas com o trigo, cereal mais cultivado no inverno no Paraná.
– A empresa prioriza a canola porque além do mercado de biocombustível também está de olho no mercado de óleos comestíveis – justificou.
A BSBios vai desenvolver o sistema de trabalho integrado com os agricultores familiares, inclusive fornecendo sementes de canola para o cultivo, já que é uma das empresas credenciadas a importar esse insumo pelo ministério da Agricultura. A empresa já manteve contatos com a direção da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep) que irá auxiliar na organização dos produtores.
A capacidade de produção da unidade de Marialva é de 159 milhões de litros por ano e a comercialização será feita via Petrobrás, para abastecimento do mercado interno, e também para exportação. A expectativa, disse Battistella, - é que a região Norte do Estado se torne um pólo de bionergia, já que a BSBios irá funcionar próximo à produção de etanol.
De acordo com o coordenador do programa de biodiesel da Seab, Richardson de Souza, nesse segmento de bioenergia o Paraná vem trabalhando com a instalação de mini-usinas, uma parceria entre a Copel, Seab e cooperativas da agricultura familiar. A primeira mini-usina biodiesel, com capacidade para 5.000 litros anuais, será instalada no município de São Jorge d’Oeste, na região Sudoeste do Estado.
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