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 | 26/06/2009 19h38min

Greening chega aos pomares do Paraná

Problema preocupa ainda mais porque o Estado está em plena colheita e, se detectada a doença, a saída é eliminar a planta

Atualizada às 20h58min Katia Baggio | Nova América da Colina (PR)

Produtores de frutas cítricas paranaenses começam a combater o HLB ou greening. A doença existe em pomares comerciais de outros Estados e chegou ao Paraná. O problema preocupa ainda mais agora porque o Estado está em plena colheita e, se detectada a doença, a única saída é eliminar a planta.

Na Associação dos Fruticultores de Nova América da Colina, norte do Paraná, o trabalho não para. São 200 mil caixas da fruta colhidas por ano, com destino certo. Porém, hoje os 72 associados vão para os pomares preocupados. Em abril, foram registrados casos de greening em 33 municípios. Por aqui, a doença ainda não chegou, mas está perto.

— A preocupação sempre tem, mas ainda não temos nenhum pé com a doença. A gente acha que no futuro pode acontecer porque está se alastrando bastante, já tem no município vizinho e a gente tem medo, fica assustado sim — disse o presidente da Associação de Produtores de Laranja de Nova América da Colina, Heriberto Bizerra de Melo.

Há vinte anos, o governo do Estado incentivou o plantio de pomares como alternativa de diversificação para pequenos e médios produtores.

Atualmente, o Paraná tem 35 mil hectares com pomares de cítricos e produz perto de 15 milhões de caixas por ano. Com a atividade consolidada, os planos eram de crescimento. Mas, a crise mundial também afetou o setor e agora uma preocupação a mais, a chegada do greening nos pomares paranaenses.

A Associação vende para o mercado interno e estava apreensiva com os efeitos da crise mundial. Agora, o problema mudou de foco, eles foram treinados para reconhecer o principal sintoma da doença, folhas amareladas. Neste caso, é falta de nutrientes, mas também pode ser sintoma de greening. Na dúvida, é preciso chamar um técnico. Um projeto da Associação de Ampliação da Produção e Modernização do Processo de Seleção corre o risco de não sair. A intenção era chegar a 500 mil caixas em cinco anos.

— Acho que o greening ainda chegou primeiro do que a crise. Agora a gente está tendo essa questão do greening que preocupa bastante, nós no caso pequeno produtor acho que a gente consegue ter um controle melhor da doença agora a gente fica preocupado porque algumas fazendas que talvez não consigam ter a mesma vistoria, o mesmo equilíbrio da doença e isso preocupa a gente que é pequeno. De repente vem dos grande, assim como a crise veio dos grandes para os pequenos e de repente vem essa doença dos grandes para os pequenos também — completou Melo.

O greening é causado por uma bactéria transmitida por um pequeno inseto, que vive pricipalmente na murta, esse tipo de árvore ornamental, comum nas cidades. Ele acaba atacando os pomares de cítricos para sugar a seiva das plantas. O prejuízo vem porque a produção diminui e as plantas doentes precisam ser cortadas. Para o pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná, Rui Pereira Leite, o produtor não pode pensar duas vezes, deve acabar com a planta doente e com as murtas da área urbana.

— Seria fazer as inspeções dos pomares, e eliminar as plantas doentes. Não tem nenhum produto químico que poderia curar uma planta doente, seria a eliminação dessas plantas. Além dessa medida de eliminação, é importante também o controle do inseto. A bactéria que causa a doença é transmitida por um inseto, então o controle desse inseto também reduz a disseminação da doença — concluiu Leite.

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