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 | 18/06/2009 05h10min

A esperança está em um jogo épico no Beira-Rio

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br














A rigor, deu a lógica. Sem quatro titulares tão importantes como Nilmar, D'Alessandro, Bolívar e Kleber, o Inter perdeu com toda a justiça para o Corinthians. Vou além: diante das circunstâncias, de ser obrigado a recorrer ao improvável e inconcebível Leandrão a certa altura do segundo tempo, de perder três jogadores de nível de seleção em uma final de Copa do Brasil, diante de tudo isso, não foi um resultado de todo ruim.

Poderia ser pior. Quem viu o jogo há de concordar comigo. 

Com 2 a 0 contra, ainda há uma tênue esperança. Um esperança muito menor do que antes de começar a partida no Pacaembu, é claro. Ter levado 3 a 1 seria melhor. Mas ainda assim, há uma esperança. Esperança de, ao menos, levar a decisão para os pênaltis, retribuindo o mesmo placar.

De tudo o que aconteceu ontem, a única certeza que o Inter traz de São Paulo é a seguinte: para ser campeão e garantir-se na Libertadores do ano que vem, o Inter terá que fazer no Beira-Rio um jogo épico, comovedor, com o apoio incondicional da torcida.

Sabe a entrega e coragem desmedidas dos espartanos contra o exército persa, no campo e na arquibancada? Por aí. Fora disso, não tem jeito. Mesmo com a volta dos titulares.

Duas frases me pareceram interessantes ao final da partida. Uma do técnico Tite, outra de Ronaldo, o gênio. As duas convergem para o mesmo raciocínio: entre dois clubes grandes e de tradição, mesmo que exista larga vantagem de um, nada está definido.

Primeiro, a frase de Tite, ao explicar por que retirou Andrezinho para colocar Glaydson na reta final do segundo tempo.

— Se eu levo o terceiro gol, está morto. Acabou.

Depois, ainda no gramado, a frase de Ronaldo:

— Pena que o Lauro pegou aquela bola no primeiro tempo. Senão, estava morto. Tinha acabado. Pena mesmo.

Análises idênticas, de um lado e de outro da final. Não fossem pelo menos dois milagres de Lauro, um deles no chute lamentado por Ronaldo de dentro da área, o outro nos pés de Jorge Henrique, e o Inter estaria morto, só para ficar na expressão do treinador e do centroavante. A postura de não se encolher fora de casa foi louvável, mas se perdeu na atuação medíocre dos reservas que substituíram os titulares ausentes.

Apenas Andrezinho teve um desempenho de médio para bom. Mas que fique o registro: nada comparável a D'Alessandro em forma — sobretudo na hora do último passe. Danilo Silva, Marcelo Cordeiro e Alecsandro comprometeram o conjunto. Marcaram mal e não acertaram um cruzamento sequer. Verdade que não adiantaria muito: Alecsandro, mesmo descontado com a pancada na perna recebida ainda no primeiro tempo, outra vez deixou evidente a colossal diferença entre ele e Nilmar.

Para encerrar: só haverá esperança, mesmo fazendo do jogo no Beira-Rio uma epopéia, se o Inter criar as chances e convertê-las. Magrão perdeu um gol feito de cabeça. Taison, outro. Um golzinho no Pacaembu e o enredo da novela seria outro. No Beira-Rio, será proibido errar. Mas aí haverá Nilmar, Kleber, D'Alessandro e, talvez, Bolívar. 

Difícil, mas não impossível. 




Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.

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