| 11/06/2009 03h33min
Após 60 dias de férias coletivas, a John Deere irá reativar, no começo de julho, a fábrica de colheitadeiras em Horizontina, noroeste do Rio Grande do Sul. A visão da indústria é de que o pior da crise já passou, avaliou ontem o diretor da John Deere para a América do Sul, Paulo Herrmann.
A decisão foi tomada apesar de o volume de pedidos ainda não ter voltado ao ritmo anterior à crise, desencadeada nos Estados Unidos no ano passado. A companhia, atualmente, tem pedidos de colheitadeiras para um mês e meio de atividade, 30% menos do que no ano passado.
Para o prefeito de Horizontina, Irineu Colati (PP), a intensificação das atividades é um alívio para quem estava em férias da empresa e uma esperança para quem foi demitido. Para o município, a notícia vem em boa hora.
– Horizontina é movida a John Deere. Cerca de 80% do retorno fiscal para o município em impostos era gerado pela empresa. Em tempo de vacas magras, aliado à estiagem, este retorno é muito positivo – afirma o prefeito.
Na avaliação do vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos do município, Alcindo Kempfer, a retomada da produção é de extrema importância para Horizontina e aguardada com ansiedade pela comunidade.
– Muitos perguntam inclusive quando a empresa voltará a contratar – disse Kempfer.
Produção diária passará a ser de 13 máquinas por dia
A unidade de colheitadeiras tem cerca de 1,7 mil funcionários, após cortar cerca de 700 vagas entre o final do ano passado e o começo deste. O segmento foi o mais afetado pela crise, com queda de 70% nas vendas de janeiro a maio, disse Herrmann, que falou ontem na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul, na Capital.
Na avaliação do diretor, o quadro de pessoal está ajustado. A unidade será reativada com produção de 13 máquinas por dia, em vez das 24 por dia para as quais foi planejada.
O negócio de tratores permaneceu estável até maio, apoiada pelo programa Mais Alimentos, que financia veículos com até 75 cavalos de potência. No entanto, o perfil dos produtos mudou, com predomínio de máquinas de menor potência e preço.
As vendas de colheitadeiras caíram 31,3% no Brasil de janeiro a maio e 59% nas exportações, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O mercado interno deve ser o responsável pela retomada de atividade em Horizontina. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), Claudio Bier, o retorno é um bom sinal de recuperação, principalmente porque o setor não teve demissões significativas nos últimos dois meses.
A empresa |
> A John Deere é a maior empregadora de Horizontina, onde vivem 18,3 mil pessoas |
> Na unidade são produzidas colheitadeiras e plantadeiras |
> Com sede nos EUA, ingressou no Brasil em 1979 ao associar-se com a Schneider Logemann (SLC) em Horizontina |
> Para atender o aumento de demanda, em 1989 uma nova fábrica foi inaugurada no município |
> Em 1996, a linha de tratores John Deere passa a ser produzida no Brasil |
> Vinte anos depois da associação, a John Deere compra a SLC |
> É inaugurada, em maio de 2008, moderna fábrica de tratores em Montenegro, com capacidade para 15 mil tratores/ano |
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