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 | 08/06/2009 10h19min

Safra do Sul deve ser a maior prejudicada pela instabilidade climática

Conab projeta corte de 10 milhões de toneladas na produção de grãos do país

Atualizada às 20h34min

A estiagem na região Sul e o excesso de chuvas no Nordeste devem levar o Brasil a colher na safra 2008/20009 quase 10 milhões de toneladas de grãos a menos que no ciclo passado. O nono acompanhamento divulgado nesta segunda, dia 8, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra uma queda de 6,9% na colheita, saindo de 144,11 milhões para 134,15 milhões de toneladas. A área cresceu de 47,4 milhões para 47,6 milhões de hectares.

Responsável por 39,89% da produção nacional, o Sul é a área mais prejudicada pelo clima, com diminuição de 10,2% da produção, estimada agora em 53,52 milhões de toneladas. No Centro-Oeste, a safra será de 48,04 milhões de toneladas (-4,8%), no Sudeste 16,77 milhões de toneladas (-3,8%), no Nordeste 11,95 milhões de toneladas (-4,9%) e na região Norte 3,87 milhões de toneladas (-4,3%).

Das 14 culturas avaliadas pela Conab, apenas o arroz registra crescimento. Com mais de 80% da colheita concluída, a produção será de 12,74 milhões de toneladas, um recorde nacional. O melhor resultado até então foi registrado no ciclo passado, com 12,06 milhões t. Já a produção de feijão se mantém estável em 3,52 milhões de toneladas.

– Mesmo diante de todas as adversidades climáticas, o Brasil vai colher a segunda maior safra da história. Estamos mantendo um crescimento de mais de 60% nos últimos 10 anos – diz o presidente da estatal Wagner Rossi.

Segundo ele, a produção é suficiente para garantir o abastecimento interno e também para manter aquecidas as exportações agrícolas do país.

A cultura mais prejudicada pelo clima é o milho. A produção nacional do cereal deve cair de 58,65 para 49,88 milhões de toneladas, diminuição de 15%. Somente no Sul, a safra do cereal será 6,13 milhões de toneladas menor que a anterior. Já no Nordeste as chuvas frustraram as previsões de índices recordes de produtividade para estados como o Ceará. Ainda assim, a colheita do grão crescerá 6,8% na região, totalizando 4,69 milhões de toneladas.

As lavouras de soja também serão reduzidas em 4,8%, passando de 60,02 para 57,14 milhões de toneladas. O Estado que mais sofreu com a queda foi o Paraná, que concluiu a colheita em 9,51 milhões de toneladas (-20,1%).

A estatal projeta um volume recorde nas exportações de soja em grãos. Pela primeira vez o país deve atingir a marca de 25 milhões de toneladas, cerca de 500 mil toneladas a mais que no ano passado. Outras 12,8 milhões de toneladas deixarão o país em forma de farelo. Já o mercado interno deve consumir 34,6 milhões de toneladas em grãos e 12 milhões de toneladas de farelo de soja.

O Brasil também exportará 8 milhões de toneladas de milho e outras 45 milhões de toneladas do cereal serão consumidas pela indústria nacional. Ao final da safra, o estoque será de 9,14 milhões de toneladas.

Para realizar a pesquisa, a Conab enviou a campo 72 técnicos, entre os dias 18 e 22 de maio. Eles entrevistaram agricultores, agrônomos, cooperativas, secretarias de agricultura, órgãos de assistência técnica e extensão rural e agentes financeiros nos principais municípios produtores do país.

AGÊNCIA SAFRAS
 
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